Negócios

GranBio inaugura produção comercial de etanol de 2ª geração

Unidade Bioflex 1, situada em São Miguel dos Campos, é a primeira usina de etanol de segunda geração a produzir em escala comercial no Hemisfério Sul


	Granbio, em Alagoas: fábrica custou 190 milhões de dólares, tendo sido construída em grande parte com financiamentos de BNDES
 (Michel Rios/Granbio)

Granbio, em Alagoas: fábrica custou 190 milhões de dólares, tendo sido construída em grande parte com financiamentos de BNDES (Michel Rios/Granbio)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2014 às 13h33.

São Paulo - A empresa brasileira GranBio começou a produzir etanol de segunda geração usando celulose de biomassa de cana-de-açúcar em Alagoas, inaugurando uma era que poderá transformar a indústria de biocombustíveis no Brasil.

A unidade Bioflex 1, situada em São Miguel dos Campos, é a primeira usina de etanol de segunda geração a produzir em escala comercial no Hemisfério Sul, segundo a empresa.

O sistema usa como matéria-prima preponderantemente a palha da cana-de-açúcar, um subproduto da colheita praticamente sem valor e uso até então. Neste processo, mais moderno, são usadas enzimas para quebrar as cadeias da celulose da cana. No sistema tradicional, o etanol é produzido a partir do caldo da cana.

A fábrica custou 190 milhões de dólares, tendo sido construída em grande parte com financiamentos de Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que emprestou 300 milhões de reais para o empreendimento.

"É uma marco histórico não só para a GranBio, mas também para o Brasil, nós anunciamos um projeto inovador, transformador para a indústria de biocombustíveis...", disse nesta quarta-feira o presidente da companhia, Bernardo Gradin, em teleconferência de imprensa.

Competitividade

A nova unidade começou a produzir há dez dias.

Segundo Gradin, a Bioflex deverá funcionar a plena carga em até um ano, mas esse cronograma poderá ser antecipado.

"Esperamos que o etanol 2G produzido pela Bioflex, subsidiária da GranBio, seja bastante competitivo com o etanol de primeira geração já no início do ano que vem", afirmou ele.

A meta é de que o custo de produção do etanol de segunda geração seja 20 por cento mais baixo que o do biocombustível de primeira geração. O índice deverá ser alcançado quando a unidade estiver operando com toda a capacidade.

A Bioflex tem capacidade inicial de produção de 82 milhões de litros de etanol por ano.

A empresa tem parceria com o Grupo Carlos Lira para o fornecimento de matéria-prima, além de utilizar enzimas produzidas pela dinamarquesa Novozymes.

A GranBio tem plano de construir mais dez unidades de etanol de segunda geração, sendo que as próximas deverão ser em sociedade com outras empresas, segundo Gradin.

A meta da GranBio até 2022 é de produzir 1 bilhão de litros de etanol, com investimentos de projetados de 4 bilhões de reais no período.

Acompanhe tudo sobre:BiocombustíveisCana de açúcarCombustíveisCommoditiesEnergiaEtanol

Mais de Negócios

Esse bilionário limpava carpetes e ganhava 3 dólares por dia – hoje sua empresa vale US$ 2,7bi

Os 90 bilionários que formaram a 1ª lista da Forbes — três eram brasileiros

Eles estudaram juntos e começaram o negócio com R$ 700. Agora faturam R$ 12 milhões

De hábito diário a objeto de desejo: como a Nespresso transformou o café em luxo com suas cápsulas?