Rio de Janeiro - O governo descarta a possibilidade de saída do presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr., após o executivo ter sido gravado afirmando que há chefes vagabundos na estatal, disse à Reuters nesta sexta-feira o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Paulo Pedrosa.

A afirmação do secretário foi feita após uma fonte da cúpula da companhia ter relatado à Reuters que o clima ficou tenso na estatal elétrica, após a declaração.

A Eletrobras está passando por uma profunda reestruturação após anos de prejuízo, que inclui uma redução de quase 50 por cento no quadro de trabalhadores.

Em recente conversa com representantes do sindicato de trabalhadores para tratar do corte dos funcionários, Ferreira criticou um grupo da estatal e se referiu a eles como vagabundos e safados.

O secretário admitiu que a declaração do executivo foi "infeliz", mas ponderou que foi um comentário "particular que vazou como se fosse algo genérico".

"O Wilson é fundamental e está fazendo um trabalho extraordinário. Não há crise na Eletrobras", afirmou Pedrosa, em entrevista à Reuters por telefone.

A gravação com a declaração do executivo, no entanto, repercutiu negativamente junto aos funcionários.

Para tentar melhorar o cenário, o presidente chegou a gravar um pedido de desculpas veiculado em um canal interno da Eletrobras.

"Estamos enfrentando grandes desafios para recuperar o setor e a Eletrobras... O comentário do Wilson foi voltado para um grupo pequeno", afirmou Pedrosa.

Segundo o secretário, empresa tem conseguido sair de um histórico de resultados negativos, com o trabalho de Ferreira, e aos poucos vem resgatando sua credibilidade junto ao mercado e a investidores.