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Governo decretará intervenção da Oi se Conselho demitir diretoria

A diretoria da Oi é formada por 12 diretores, entre eles o presidente da empresa, Marco Schroeder

Oi: o impasse entre o conselho e a diretoria da Oi chegou a níveis insustentáveis, diz o governo (Agência Reuters/Reuters)

Oi: o impasse entre o conselho e a diretoria da Oi chegou a níveis insustentáveis, diz o governo (Agência Reuters/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de outubro de 2017 às 17h54.

Brasília - O governo perdeu a paciência e decidiu que vai decretar intervenção na companhia caso o Conselho de Administração da empresa demita a diretoria executiva, segundo apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado.

O Conselho vai se reunir nesta sexta-feira, 27, no Rio. A diretoria da Oi é formada por 12 diretores, entre eles o presidente da empresa, Marco Schroeder.

A reportagem apurou que o conselho diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) convocou o presidente de administração da Oi, José Mauro Mettrau Carneiro da Cunha, para dar ciência desse posicionamento.

O impasse entre o conselho e a diretoria da Oi chegou a níveis insustentáveis, na avaliação do governo.

Na terça-feira, o Broadcast publicou reportagem segundo a qual o empresário Nelson Tanure teria pedido apoio do governo para destituir a diretoria da empresa.

Por meio de nota oficial, Tanure negou essa intenção e classificou as informações como "boataria maldosa".

Na reunião de quinta, o Conselho de Administração e a diretoria se desentenderam mais uma vez.

O grupo de Nelson Tanure queria que a diretoria assinasse o contrato de suporte do plano (PSA), que formalizaria o apoio de um grupo de seis credores internacionais alinhados a Tanure ao plano de recuperação judicial da tele.

Além das garantias de participação no aumento de capital, o documento previa pagamento de comissões a esses bondholders antes mesmo da capitalização, o que consumiria caixa da empresa, comprometendo pagamento de dívidas e novos investimentos. Por essa razão, a diretoria se recusou a assinar o documento.

Na quinta, o filho de Tanure, Nelson de Queiroz Sequeiros Tanure, esteve em Brasília e teve reuniões com autoridades da capital. Ele voltou a defender o plano protocolado pelo grupo na Justiça.

Para derrotar o plano de Tanure, o governo se uniu a um grupo de credores internacionais para elaborar um plano alternativo para a empresa, conforme mostrou o Broadcast na última sexta-feira, 20.

O grupo de trabalho, liderado pela Advocacia-Geral da União, é composto pelos bancos públicos, como BNDES, Banco do Brasil e Caixa, instituições financeiras privadas, credores internacionais representados por Moelis e G5/Evercore, além de ministérios e da Anatel.

A empresa e o empresário Nelson Tanure estão sendo procurados pela reportagem para que possam se manifestar sobre o tema.

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