TAP: O auxílio envolveu a entrada do Estado alemão no capital da companhia aérea e exigiu a aprovação da Comissão Europeia (PATRICIA DE MELO MOREIRA/Getty Images)
Agência O Globo
Publicado em 9 de dezembro de 2020 às 16h04.
Última atualização em 9 de dezembro de 2020 às 18h20.
O governo de Portugal aprovou um plano de reestruturação da companhia aérea TAP, maioritariamente detida pelo Estado, que prevê uma injeção de € 1,6 bilhão até 2024. Num conselho de ministros extraordinário realizado na terça-feira à noite, o governo aprovou a medida , cuja apresentação à Comissão Europeia está marcada para quinta-feira.
Segundo diversos jornais portugueses, o plano prevê uma redução do quadro de pessoal em cerca de 3 mil pessoas. Este corte afetaria tanto os pilotos e tripulantes de cabine quanto os trabalhadores em solo ou com contratos temporários, que não deverão ser renovados. Além disso, está prevista uma redução salarial de 25% para os empregados da aérea.
A companhia aérea portuguesa não é a única na Europa a receber ajudas públicas. Vários países do continente vieram em socorro de suas antigas companhias aéreas de bandeira. Já em abril, a França apoiou a Air France com um empréstimo de € 7 bilhões, e um mês depois a Alemanha aprovou uma injeção de € 9 bilhões na Lufthansa.
O auxílio envolveu a entrada do Estado alemão no capital da companhia aérea e exigiu a aprovação da Comissão Europeia, para garantir que não se tratava de um auxílio estatal contrário à regulamentação.
A TAP conta atualmente com uma frota de 101 aeronaves, que também poderá ser reduzida, num número que varia entre 13 e 16 aeronaves, sempre de acordo com as fontes referidas, uma vez que o plano não foi divulgado publicamente.
Além do Estado português, que assumiu 75% do capital da companhia aérea com um aporte de de € 1,2 bilhão nos primeiros meses da pandemia, o empresário Humberto Pedrosa, tem participação é de 22,5% na TAP, e os funcionários detêm 5%.
Como a maior parte do setor de aviação, a TAP sofreu graves consequências econômicas com a pandemia do coronavírus. De janeiro a setembro de 2020, o número de passageiros transferidos pela companhia aérea diminuiu 9 milhões, o que representa uma redução de 70% em relação ao mesmo período do ano passado.
No primeiro semestre do ano, a empresa registou um prejuízo de € 582 milhões, resultado negativo que foi cinco vezes maior que o do primeiro semestre de 2019.