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Governo começará a regular setor de cartões em breve, diz Fator

Medidas poderiam impactar margens da Redecard e da Visanet, líderes do segmento

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

A falta de regulamentação específica para o setor de cartões no Brasil pode estar com seus dias contados. De acordo com relatório da corretora Fator, o governo deve tomar alguma medida concreta no curto prazo, o que pode afetar o crescimento da Redecard e sua rentabilidade.

Há quatro projetos principais do Senado em tramitação, voltados em especial aos interesses dos lojistas, que contestam o custo dos aluguéis de equipamentos de captura e as taxas de desconto das transações. Por isso, as mudanças visam aumentar a concorrência no setor, diminuindo tais custos.

A pressão por regulamentação aumentou após a divulgação de um estudo realizado pelo Banco Central, Ministério da Justiça e Ministério da Fazenda, que apontou falhar no mercado do setor de cartões. Nele, foi afirmado que há barreiras para a entrada de novos participantes no segmento de credenciadoras, praticamente controlado por Visanet e Redecard.

Para esclarecer as questões da regulamentação, a corretora promoveu uma palestra com Cristiano Noronha, vice-presidente e analista sênior da Arko Advice, que acompanha a tramitação de projetos no Congresso Nacional.

"Apesar de ainda não haver nenhuma mudança no ambiente regulatório, o analista acredita que alguma medida concreta deve ser tomada pelo governo no curto prazo, mas os impactos ainda são incertos", reforçou a Fator.

Por outro lado, a corretora explicou que o forte crescimento do setor nos últimos anos só foi possível por causa do modelo verticalizado, apesar das características de monopólio contestadas pelos reguladores. "Uma eventual mudança no ambiente regulatório, se não for bem embasada pode desacelerar (ou até diminuir) a penetração de cartões no País, o que não é de interesse do governo", afirmou.

Caso sua impressão de que o governo se interessa mais em regular taxas cobradas na rolagem de dívidas do que no segmento de credenciadoras se confirmar, o impacto previsto sobre a Redecard seria nulo.

As incertezas, porém, fizeram os analistas manterem a recomendação de manutenção para os papéis da companhia (RDCD3), com preço-alvo de 29,30 reais para dezembro. Nesta sessão, as ações apresentavam queda de 2,03% às 15h32, negociadas a 26,44 reais.

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