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Google procura Bernardo para debater guarda de dados no país

"Viemos prestar nosso apoio ao Marco Civil e convidar o ministro para ir ao Google no EUA e mostrar outras formas de investir no Brasil", desconversou Coelho

Quem revelou o verdadeiro motivo do encontro foi Bernardo. Segundo o ministro, os dirigentes do Google manifestaram preocupação com a guarda dos dados no Brasil e alegaram que a opção por guardar nos EUA é técnica e não jurídica (Antonio Cruz/ABr)
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Da Redação

Publicado em 23 de julho de 2013 às 16h28.

O Google pode até continuar apoiando o Marco Civil da Internet, mas depois que o governo acenou com a inclusão de um dispositivo que obriga os provedores a guardarem os dados no Brasil, esse apoio agora tem um "senão".

A medida atinge principalmente os grandes players mundiais da Internet que guardam os dados fora do país. O problema é que, quando solicitados pela Justiça, esses provedores argumentam que não podem entregar dados justamente por ter servidores hospedados em outros países, como aconteceu com o próprio Google.

Para tratar do assunto, o presidente do Google no Brasil, Fabio Coelho, se reuniu com o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo .

Coelho saiu da reunião sem responder às perguntas dos jornalistas. Limitou-se a dizer que fez um convite a Bernardo para conhecer a sede da empresa em Montain View, na Califórnia. "Viemos prestar nosso apoio ao Marco Civil e convidar o ministro para ir ao Google no EUA e mostrar outras formas de investir no Brasil", desconversou.


Quem revelou o verdadeiro motivo do encontro foi Bernardo. Segundo o ministro, os dirigentes do Google manifestaram preocupação com a guarda dos dados no Brasil e alegaram que a opção por guardar nos EUA é técnica e não jurídica.

Apesar dos apelos do Google, Bernardo se manteve irredutível. "As empresas sistematicamente, o próprio Google, quando interpelados pela Justiça, declaram que não podem fornecer dados solicitados na forma da legislação porque eles são armazenados no EUA e a legislação americana não permite que sejam fornecidos, para nós, pelo visto", criticou o ministro. "Eles acham que isso obedece a um critério mais de engenharia do que jurídico e nós dissemos que isso pode perfeitamente ser resolvido", completa ele.

Apesar da restrição do Google em armazenar os dados de brasileiros no Brasil, o ministro acredita que a empresa não vai colocar em risco seu desempenho no mercado onde o Google tem a segunda maior receita publicitária. "A notícia que nós temos é que o Google já é a segunda empresa em receita publicitária no Brasil. Eu não acredito que eles vieram aqui reclamar de fazer um investimento que para nós é importante e para eles também. Eles chegaram até a dizer que o problema não é só do valor do investimento, é mais a arquitetura da rede que eles têm", disse ele.

Prisão

Coelho chegou a ser preso no ano passado por determinação da Justiça Eleitoral do Mato Grosso do Sul porque o YouTube não retirou do ar um vídeo contra um candidato a prefeito de Campo Grande. A empresa argumentou à época que não era responsável pelo conteúdo dos vídeos postados na plataforma. Com o Marco Civil, essa questão, entre outras, fica pacificada. O portal que abriga um conteúdo ofensivo não pode ser responsabilizado por ele.

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O Google pode até continuar apoiando o Marco Civil da Internet, mas depois que o governo acenou com a inclusão de um dispositivo que obriga os provedores a guardarem os dados no Brasil, esse apoio agora tem um "senão".

A medida atinge principalmente os grandes players mundiais da Internet que guardam os dados fora do país. O problema é que, quando solicitados pela Justiça, esses provedores argumentam que não podem entregar dados justamente por ter servidores hospedados em outros países, como aconteceu com o próprio Google.

Para tratar do assunto, o presidente do Google no Brasil, Fabio Coelho, se reuniu com o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo .

Coelho saiu da reunião sem responder às perguntas dos jornalistas. Limitou-se a dizer que fez um convite a Bernardo para conhecer a sede da empresa em Montain View, na Califórnia. "Viemos prestar nosso apoio ao Marco Civil e convidar o ministro para ir ao Google no EUA e mostrar outras formas de investir no Brasil", desconversou.


Quem revelou o verdadeiro motivo do encontro foi Bernardo. Segundo o ministro, os dirigentes do Google manifestaram preocupação com a guarda dos dados no Brasil e alegaram que a opção por guardar nos EUA é técnica e não jurídica.

Apesar dos apelos do Google, Bernardo se manteve irredutível. "As empresas sistematicamente, o próprio Google, quando interpelados pela Justiça, declaram que não podem fornecer dados solicitados na forma da legislação porque eles são armazenados no EUA e a legislação americana não permite que sejam fornecidos, para nós, pelo visto", criticou o ministro. "Eles acham que isso obedece a um critério mais de engenharia do que jurídico e nós dissemos que isso pode perfeitamente ser resolvido", completa ele.

Apesar da restrição do Google em armazenar os dados de brasileiros no Brasil, o ministro acredita que a empresa não vai colocar em risco seu desempenho no mercado onde o Google tem a segunda maior receita publicitária. "A notícia que nós temos é que o Google já é a segunda empresa em receita publicitária no Brasil. Eu não acredito que eles vieram aqui reclamar de fazer um investimento que para nós é importante e para eles também. Eles chegaram até a dizer que o problema não é só do valor do investimento, é mais a arquitetura da rede que eles têm", disse ele.

Prisão

Coelho chegou a ser preso no ano passado por determinação da Justiça Eleitoral do Mato Grosso do Sul porque o YouTube não retirou do ar um vídeo contra um candidato a prefeito de Campo Grande. A empresa argumentou à época que não era responsável pelo conteúdo dos vídeos postados na plataforma. Com o Marco Civil, essa questão, entre outras, fica pacificada. O portal que abriga um conteúdo ofensivo não pode ser responsabilizado por ele.

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