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Google deve sair ileso de repressão antitruste na Europa

Decisão quase certamente deixará o domínio de mercado do Google intacto, porque os incentivos para manter a empresa são muito fortes

Google: um dos três casos antitruste contra a empresa tem como objetivo diminuir seu domínio sobre os smartphones com sistema operacional Android (Justin Sullivan/Getty Images)

Google: um dos três casos antitruste contra a empresa tem como objetivo diminuir seu domínio sobre os smartphones com sistema operacional Android (Justin Sullivan/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 12 de abril de 2018 às 20h28.

Bruxelas/San Francisco - A principal autoridade reguladora antitruste da União Europeia, Margrethe Vestager, adotou a missão de deter supostos abusos anticompetitivos de grandes empresas de tecnologia norte-americanas, ameaçando no mês passado fragmentar o Google, da Alphabet.

Mas uma decisão no mais importante dos três casos antitruste contra o Google --este com o objetivo de diminuir seu domínio sobre os smartphones com sistema operacional Android-- provavelmente mostrará o quão difícil é, mesmo para uma figura política confiável como Vestager, abalar o poder de gigantes dos Estados Unidos.

A decisão final, esperada para os próximos meses, deve envolver uma multa de bilhões de dólares e o fim de cláusulas nos contratos de licenciamento que impedem os fabricantes de smartphones de promover alternativas para aplicativos como o Google Search e o Google Maps, disseram pessoas familiarizadas com as ideias da Comissão Europeia.

A decisão, que deve seguir rigorosamente as recomendações feitas em 2016 logo após o início da investigação, quase certamente deixará o domínio de mercado do Google intacto, porque os incentivos para manter a empresa são muito fortes, afirmam executivos da indústria, analistas e até inimigos.

Robert Marcus, ex-membro da equipe de estratégia móvel da Microsoft e agora sócio-geral da firma de investimentos Quantum Wave Capital, disse que é "praticamente impossível" que qualquer penalidade da UE "mude qualquer coisa para o Google."

O caso traz lições para reguladores na Europa e em outros lugares, à medida que investigam Google, Apple, Facebook e Amazon em práticas que incluem conduta anticompetitiva, evasão fiscal e uma abordagem descuidada com os dados de usuários e discursos de ódio.

Reguladores alemães mostraram que medidas direcionadas podem forçar mudanças na conduta de uma empresa, como nas companhias de mídia social para removerem rapidamente o discurso de ódio. As autoridades fiscais podem fechar brechas e mudar leis para receber mais dinheiro.

Mas estimular a concorrência em mercados onde os produtos e serviços são gratuitos é uma tarefa muito mais difícil.

A Comissão não quis comentar o caso. O Google não respondeu a um pedido de comentário.

 

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