GM vai retomar produção em dois turnos nas duas maiores fábricas
A unidade em Gravataí (RS) ficou fechada por cinco meses e a do ABC paulista por dois meses em razão da falta de semicondutores
Estadão Conteúdo
Publicado em 23 de setembro de 2021 às 08h25.
Última atualização em 23 de setembro de 2021 às 09h57.
A General Motors volta a operar em dois turnos de trabalho nas duas maiores fábricas no Brasil, em Gravataí (RS) e em São Caetano do Sul (SP), na próxima segunda-feira e no dia 4 de outubro, respectivamente. A unidade gaúcha ficou fechada por cinco meses e a do ABC paulista por dois meses em razão da falta de semicondutores. Ambas retomaram atividades parciais em meados de agosto.
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"Vamos poder dobrar a produção atual", anunciou ontem o novo presidente da GM na América do Sul e Brasil, Santiago Chamorro, em sua primeira entrevista (online) com um grupo de jornalistas brasileiros após assumir o cargo, em 31 de agosto. "O campeão voltou", disse, referindo-se ao Onix, carro mais vendido no País antes do fechamento da unidade de Gravataí, onde é produzido. Segundo o executivo, a intenção da marca é colocar os veículos nas revendas o mais rápido possível para atender os clientes que estão aguardando. "Há um demanda represada."
Chamorro ainda está nos EUA, preparando a volta ao País para o mês que vem. Ele já presidiu a filial brasileira de 2013 a 2016, e ocupava, na sede da matriz em Detroit, o posto de vice-presidente da divisão global de serviços conectados antes de ser escolhido para suceder a Carlos Zarlenga, que deixou a empresa.
O executivo afirmou que os problemas de suprimento de semicondutores e outros componentes prosseguem, mas o grupo tenta administrar a volatilidade de abastecimento. "Há um trabalho gigantesco, de forma global, para redesenhar nossa manufatura de produtos e a cadeia de logística de suprimentos", disse. A intenção é reduzir a dependência dos fornecedores concentrados na Ásia.
A fábrica de São Caetano produz os modelos Tracker, Onix Joy e Spin, e seu fechamento serviu também para o grupo fazer reformas para a produção da nova picape Montana, em 2022.
A unidade de São José dos Campos (SP), onde são feitos a picape S10 e o SUV Trailblazer, já estava operando nessas condições, assim como as filiais de motores em Joinville (SC) e de peças em Mogi das Cruzes (SP). O grupo emprega cerca de 15 mil pessoas no País.
Só com a retomada parcial da produção em Gravataí e São Caetano, em meados de agosto, a GM conseguiu alcançar 12% de participação nas vendas de automóveis e comerciais leves neste mês (até terça-feira), o dobro do registrado no mês passado.
"A retomada da produção mais acelerada é um bom momento para ampliar nossos esforços para criar na região um negócio auto sustentável", afirmou o executivo colombiano, que volta ao Brasil com essa missão. A GM registra prejuízos na América do Sul há alguns anos, além de ter perdido a liderança do mercado brasileiro.
Chamorro ressaltou que o modelo de negócios do grupo vai focar também em negócios adicionais, com novos produtos para financiamento por parte do Banco GM e mais serviços de conectividade. Ele acredita que o mercado em 2022 continuará reagindo, mesmo que a escassez de chips se prolongue até o fim do primeiro semestre.
VW para de novo
Enquanto a GM volta a operar em dois turnos, a Volkswagen confirma nova parada em toda a fábrica de São Bernardo do Campo (SP) de segunda-feira até o dia 6 de outubro. No mesmo período a unidade de Taubaté dispensará trabalhadores de um turno.
A Toyota já anunciou a parada da produção do sedã Corolla por dez dias entre 13 e 22 de outubro por falta de peças para freios na unidade de Indaiatuba (SP). O item é importado da Malásia, onde o avanço da variante delta do coronavírus levou o governo a decretar lockdown.
Na segunda-feira está prevista a volta dos funcionários do segundo turno da fábrica da Hyundai em Piracicaba (SP), após dez dias de dispensa. Na última terça-feira e ontem voltaram às fábricas operários dispensados da Renault no Paraná e da Honda em Itirapina (SP).