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GM deve demitir 800 funcionários em SP

O Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano está reunido com os funcionários da General Motors (GM) na porta da unidade da montadora na região do grande ABC, em São Paulo. O sindicato quer informar todos os 7,9 mil funcionários da GM que a empresa irá demitir 800 empregados -- todos os que trabalham no segundo […]

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano está reunido com os funcionários da General Motors (GM) na porta da unidade da montadora na região do grande ABC, em São Paulo. O sindicato quer informar todos os 7,9 mil funcionários da GM que a empresa irá demitir 800 empregados -- todos os que trabalham no segundo turno da linha de produção, que será desativado.

A notícia da demissão foi confirmada ontem. Logo em seguida os funcionários decidiram entrar em greve a partir do dia 22 de julho. Apoiados pelo sindicato, hoje eles ficarão duas horas paralisados no início do primeiro turno.

Neste ano, a GM, que faturou 4,5 bilhões de reais em 2001, já cortou 700 postos de trabalho (nas filiais de São Caetano e São José dos Campos). Há alguns dias, a montadora anunciou que daria férias coletivas para 4 500 empregados de São Caetano e 2 500 de São José dos Campos. A única unidade que ainda não passou por programas voluntários de demissão e cortes é a de Gravataí (RS).

Segundo Agamenon Alves, presidente do sindicato dos metalúrgicos, a GM teria alegado que precisa reduzir em 40% a produção de veículos para dar conta de pagar os custos de um estoque lotado (com 22 mil veículos que eram destinados ao mercado interno).

O sindicalista quer se reunir com o comando da GM hoje para propor a redução dos salários dos trabalhadores e evitar as demissões.

Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes Automotivos (Anfavea), a GM produziu 437 500 automóveis (de passageiros e uso misto) em 2001, quando foram produzidos no Brasil 1,45 milhão de unidades desse tipo de veículo. Desse total, foram vendidos 1,1 milhão. Até maio deste ano, foram fabricados 609,9 mil veículos e comercializados 462,4 mil.

Em junho, a empresa decidiu decretar férias coletivas por 10 dias para 2.700 empregados da unidade de São José dos Campos, interior de São Paulo, uma das três unidades produtivas da companhia no Brasil.

A linha de montagem da picape S-10 e da perua Blazer parou completamente. Já o novo Corsa e o Zafira foram produzidos em apenas um turno, não mais em dois.

"As férias coletivas são necessárias para adequar a produção à demanda do mercado", afirmou um assessor da montadora na época.

As vendas da GM no mercado interno entre janeiro e abril caíram 6,3%, passando de 121 mil veículos em 2001 para 113,3 mil neste ano. Como um todo, o mercado caiu 12,7% na mesma comparação, segundo dados da GM, a terceira montadora no ranking das marcas mais comercializadas do país.

No dia 9 de janeiro, a GM anunciou o encerramento da produção de caminhões no Brasil, em consequência da baixa demanda e do alto custo. A importação desses veículos, comercializados sob a marca GMC, também foi suspensa.

No ano passado, a GM comercializou 3.970 caminhões no Brasil, com alta de 27 por cento em relação a 2000. Mas o volume de 2001 significava apenas 6 por cento de participação no mercado. A alta do dólar foi um dos principais fatores para o aumento dos custos de produção.

"A linha de caminhões GMC foi duramente afetada pela mudança cambial, que elevou de forma insustentável os custos de produção", informou a companhia em comunicado. Com baixo volume de fabricação e altos custos, os preços subiram, comprometendo a competitividade dos caminhões no mercado.

"Esses fatores criaram um círculo vicioso, que inviabilizou a continuidade da oferta de produtos GMC no Brasil", afirmou a companhia na nota divulgada na época.

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