Gigante dos patinetes, Lime caminha para prejuízo de US$ 300 mi em 2019
Lime chegou ao Brasil em 2019 e compete com a Grow no serviço de patinetes elétricos
Estadão Conteúdo
Publicado em 24 de outubro de 2019 às 16h04.
Parece que não são só usuários mais descuidados que estão tomando tombos com patinetes elétricos . A Lime, gigante dos patinetes, caminha para uma baita queda em 2019. Segundo o site The Information, a empresa deverá ter um prejuízo de US$ 300 milhões no ano - mesmo registrando receita de US$ 420 milhões.
As perdas se devem principalmente a depreciação dos patinetes, que têm vida útil de cinco meses em média. Além disso, os custos para manter os galpões usados para abrigar e reparar os equipamentos também entram na conta do prejuízo.
Para se manter de pé, a empresa, porém, projeta receita de US$ 1 bilhão em 2020. Ela também planeja atingir o equilíbrio aumentando a resistência da próxima geração dos patinetes, o que cortaria pela metade as perdas operacionais.
Joe Kraus, presidente da Lime, disse ao The Information que espera atingir resistência de mais de um ano com a terceira geração das patinetes. "Esse negócio se apresenta materialmente diferente em 2020. Um veículo mais resistente tem efeito de harmonia nos custos do negócio", disse ele à publicação.
Outras medidas para aumentar a receita seriam posicionar os patinetes em área de tráfego intenso e encontrar formas mais velozes de substituir as baterias.
Em julho, a Lime chegou ao Brasil, iniciando operações em São Paulo e Rio de Janeiro, aumentando a competição com a Grow, controladora da Yellow e da Grin.
A saúde financeiras da companhia vem preocupando investidores que se preparam para um novo aporte de US$ 500 milhões na companhia. A desconfiança faz sentido: depois de performances sofríveis de Lyft e Uber na Bolsa, e do fracasso da abertura de capital do WeWork, os donos do dinheiro estão mais cautelosos em relação à startups da economia compartilhada.