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Gerdau investe R$550 mi em São Paulo e mostra otimismo com EUA

A empresa anunciou nesta quinta-feira aporte de 550 milhões de reais a ser feito em fábrica em Pindamonhangaba (SP)

Imagem de arquivo da Gerdau: O presidente da empresa também afirmou que a companhia pretende elevar a produção de aço nos EUA (Foto/Getty Images)

Imagem de arquivo da Gerdau: O presidente da empresa também afirmou que a companhia pretende elevar a produção de aço nos EUA (Foto/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 22 de novembro de 2018 às 11h47.

São Paulo - A Gerdau espera que o mercado siderúrgico dos Estados Unidos em 2019 continue se beneficiando da situação gerada pelas tarifas de importação de aço criadas pelo governo de Donald Trump neste ano.

"Na América do Norte, tivemos o melhor spread dos últimos anos neste ano e ano que vem o spread deverá continuar alto", disse o presidente-executivo da Gerdau, Gustavo Werneck, em reunião com investidores e analistas nesta quinta-feira.

Ele se referiu à diferença entre o preço de sucata, matéria-prima de produção de aço, e o preço do aço vendido por siderúrgicas. Em 2018, após a cobrança de tarifas de importação de aço, que limitou a oferta do produto nos EUA, o spread de metais no país subiu mais de 40 por cento, segundo apresentação da companhia.

Segundo Werneck, o governo de Trump deverá manter em 2019 a política de protecionismo, decidida sob o argumento de garantia da segurança nacional do país, que tem sido contestado por várias nações do mundo e que será alvo de painéis na Organização Mundial de Comércio (OMC).

O presidente da Gerdau também afirmou que a companhia pretende elevar a produção de aço nos EUA, mas está esbarrando atualmente em problemas para encontrar mão-de-obra disponível em um momento em que o país atravessa uma fase de quase pleno emprego. "Há dificuldade até para achar motorista de caminhão", afirmou o executivo.

Ele afirmou que a Gerdau concluiu seu programa de venda de ativos, iniciado em 2014, e que a recente venda da operação de vergalhões nos EUA deverá ajudar a companhia a elevar margens nos próximos meses.

Novo investimento

A Gerdau ainda não definiu previsão de investimento para 2019, mas anunciou nesta quinta-feira aporte de 550 milhões de reais a ser feito em fábrica em Pindamonhangaba (SP). A unidade receberá um novo equipamento de lingotamento continuo que entrará em operação em 2020, em um primeiro passo para elevar a capacidade de produção de 600 mil para 1 milhão de toneladas anuais de aços especiais, mais voltados à indústria automotiva e de óleo e gás.

Para 2018, a previsão de investimento da Gerdau é de 1,2 bilhão de reais, após 900 milhões desembolsados em 2017. Werneck afirmou que a Gerdau continuará adotando postura conservadora nos investimentos do grupo e o vice-presidente financeiro, Harley Scardoelli, comentou que a companhia também manterá a política de dividendos, correspondente atualmente a 30 por cento do lucro líquido. "A partir do ano que vem, com nossa dívida reestruturada, teremos uma visão melhor sobre investimento e possivelmente podermos repensar a política", disse o executivo.

Na avaliação de Scardoelli, conforme a Gerdau se beneficia de uma situação melhor para os mercados de aço nos Estados Unidos e no Brasil, com a esperada recuperação da economia, o total de distribuição aos acionistas naturalmente vai subir.

Como parte da postura conservadora nos investimentos, a Gerdau prepara-se para parar em 2022 o alto-forno 1 de sua usina integrada de Ouro Branco (MG), que deverá passar por uma reforma geral nesta data depois de cumprir seu ciclo de produção.

"Vamos investir nos ativos que temos agora. Há novas necessidades de materiais na indústria automotiva e queremos chegar primeiro que a necessidade ao mercado. Vamos ter investimento inerente para atualização tecnológica de nossos ativos", disse Werneck. Com o programa de venda de ativos, iniciado em 2014, a Gerdau levantou 7 bilhões de reais e concentrou suas atividades nas Américas. Somente em 2018 foram 4,2 bilhões de reais que estão sendo usados pela companhia para melhorar seu perfil de endividamento, disse Scardoelli.

Sobre o Brasil, Werneck não fez projeções precisas, mas avaliou que o mercado de construção civil residencial, um dos principais consumidores de aço, poderá apresentar crescimento a partir do primeiro trimestre do próximo ano. Já a construção voltada para grandes obras, poderá avançar mais a partir do segundo semestre do próximo ano, conforme o novo governo colocar em marcha programa de concessões e retoma empreendimentos parados.

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