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GE anuncia reestruturação com milhares de demissões

O novo diretor-executivo John Flannery apresentou o plano em Nova York e afirmou que chegou a hora da verdade para a GE

GE: o grupo criado há 125 anos venderá ativos por 20 bilhões de dólares dos setores de transportes e serviços de eletricidade (Divulgação/Divulgação)

GE: o grupo criado há 125 anos venderá ativos por 20 bilhões de dólares dos setores de transportes e serviços de eletricidade (Divulgação/Divulgação)

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AFP

Publicado em 13 de novembro de 2017 às 17h56.

A gigante industrial americana General Electric (GE) anunciou nesta segunda-feira (13) cortes de lucros, vendas de ativos e milhares de demissões para se concentrar em aviação, saúde e energia para sair da crise.

O novo diretor-executivo John Flannery apresentou o plano em Nova York e afirmou que chegou a hora da verdade para a GE, após redução dos lucros, uma queda dramática do valor das ações, bem como acusações de má administração e elevadas despesas corporativas.

Com a perda de valor de mercado de 100 bilhões de dólares desde janeiro, o grupo criado há 125 anos venderá ativos por 20 bilhões de dólares dos setores de transportes e serviços de eletricidade para focar em áreas como aviação, saúde e energia.

A GE vai reduzir em 50%, a 12 centavos por ação, seus lucros trimestrais, o número de integrantes do conselho de direção vão cair de 18 a 12 e as remunerações dos dirigentes será ligada ao desempenho da empresa.

A companhia também pretende cortar 25% dos 25 mil funcionários que trabalham em pesquisa na área digital e na sede corporativa, disse a nova diretora financeira, Jamie Miller.

"Não tivemos um bom desempenho para nossos donos", afirmou Flannery, o CEO que assumiu a empresa em agosto. "Isso é inadmissível e a equipe de gerência está totalmente dedicada a corrigir isso", acrescentou.

A GE não especificou o número de vagas, as regiões, ou países que serão impactados por essa decisão. A empresa citou "reduções da força de trabalho" por meio de redução de custos, cessações e consolidações.

Mas seu braço GE Power, que inclui a Alstom, será alvo de uma grande revisão para fazer frente à evolução do mercado de energia.

Flannery disse que os resultados dos negócios da Alstom foram "decepcionantes". A empresa foi comprada em 2015, por 13 bilhões de dólares - a maior aquisição feita pelo grupo em seus quase 125 anos.

"A Alstom caiu mais que o esperado", disse. Ele elogiou seus funcionários, mas lamentou o mau desempenho das energias renováveis e o tempo necessário para fechar o acordo.

"Não tivemos uma visão clara do mercado", acrescentou, em uma aparente crítica a seu antecessor, Jeff Immelt, que comandou a GE durante 16 anos.

O conglomerado também deve se desligar do grupo de serviços petroleiros americanos Baker Hughes.

- Complexidade -

O novo plano vai resultar em uma GE "mais simples e focada", disse o CEO John Flannery. "A complexidade nos prejudicou", acrescentou.

As unidades de aviação, saúde e energia empregavam cerca de 156 mil pessoas no fim de 2016 e representaram 57% das receitas totais no ano passado, 123,7 bilhões de dólares.

Immelt, o CEO anterior, enfrentou duras críticas por não ter previsto uma redução da demanda de serviços e equipamentos para petróleo e gás quando os preços do setor começaram a cair.

Contudo, a demanda do setor de transporte estimulou os negócios da GE na aviação.

A empresa deveria pagar cerca de 8 bilhões de dólares em dividendos trimestrais, mas seu fluxo de caixa era de 7 bilhões. Flannery disse que pagamentos tão altos não fariam sentido.

Ele admitiu que o corte de lucros vai afetar os acionistas, muitos dos quais se baseavam neles como fonte de receita. Ele disse reconhecer "a gravidade dessa decisão e o efeito que terá em muita gente".

"Entendemos que isso é algo extremadamente doloroso para nossos acionistas", destacou. Acrescentou que essa decisão foi tomada "após deliberações extremas e considerações sobre quais eram as alternativas".

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