Diante da expansão do crédito imobiliário e das expectativas de que, em 2007, o mercado mais aquecido será o de imóveis populares, a Gafisa decidiu criar uma subsidiária para atender esse segmento. Trata-se da FIT Residencial, que trabalhará com unidades cujo valor de venda estará na faixa de 55.000 reais a 130.000 reais. Os imóveis serão destinados à população com renda entre três e 20 salários mínimos.

A empresa recém-nascida já conta com o apoio da Caixa Econômica Federal, com a qual assinou um protocolo de intenções que lhe garante a produção e venda de até 6.000 unidades num prazo de um ano, voltadas para compradores com renda de até dez salários mínimos. Segundo comunicado à Bolsa de Valores de São Paulo, a disponibilidade de recursos da Caixa não significa a obrigatoriedade de a FIT lançar todo esse volume de imóveis no mercado. O protocolo determina que as unidades sejam construídas em prazos menores que 18 meses. O acordo é válido até abril de 2008, mas pode ser prorrogado.

Segundo comunicado da Caixa, o foco dos cinco projetos selecionados para o primeiro ano da parceria são as regiões metropolitanas, onde se concentra 90% do déficit habitacional brasileiro. O banco poderá financiar até 100% do valor da unidade, desde que se enquadre em suas linhas. A Carta de Crédito FGTS, por exemplo, pode cobrir todo o valor do imóvel para o comprador, a juros de 6% ao ano e prazo máximo de 240 meses para pagar.

Durante a assinatura do protocolo, nesta segunda-feira (26/3), o vice-presidente da Caixa, Jorge Hereda, lembrou que o Programa de Aceleração do Crescimento elevou o orçamento para habitação para 17,4 bilhões de reais neste ano, o que permite ao banco mais fôlego para financiar a casa própria. Desse total, 9 bilhões de reais vêm do FGTS, o que amplia o alcance das linhas de crédito para baixa renda que se sustentam nessa fonte de recursos.

Segundo a Gafisa, a FIT terá um estrutura operacional independente da Gafisa, com profissionais espalhados por todo o país. Para racionalizar os processos de construção e ganhar escala, os projetos serão padronizados.