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Gabrielli: é estratégico ampliar capacidade de refino

Presidente da estatal lembrou que hoje o Brasil importa derivados por estar no limite das refinarias

Projeto da Comperj: 1ª fase da planta de refino deve começar a operar em 2013 (Petrobras/Divulgação)

Projeto da Comperj: 1ª fase da planta de refino deve começar a operar em 2013 (Petrobras/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 1 de dezembro de 2010 às 11h03.

Rio de Janeiro - O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, disse hoje (1º) que os investimentos em refinarias são necessários e estratégicos para o país. Segundo ele, o consumo interno ultrapassou a capacidade de refino porque a Petrobras ficou quase 30 anos sem construir refinarias.

“No Brasil hoje, importamos diesel, querosene para aviação e gás liquefeito de petróleo. Estamos no limite da capacidades das refinarias existentes. Se o Brasil continuar crescendo até 2015 ou até 2020, como nós prevemos, em torno de 4% ao ano, o consumo brasileiro, em 2020, estará próximo a 3,3 milhões de barris por dia. A produção brasileira estará próxima de 4 milhões de barris. E temos só 2 milhões de capacidade de refino”, disse Gabrielli, em entrevista ao programa Brasil em Pauta, produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em parceria com a EBC Serviços.

Segundo o presidente, a Petrobras é uma empresa voltada ao mercado brasileiro. Dentro do país, explica Gabrielli, a empresa não vende o óleo cru, mas sim os derivados. Por isso, é importante que haja investimentos em novas refinarias, como vem sendo feito com a construção de plantas de refino como as do Rio de Janeiro (Comperj) e a de Pernambuco (Abreu e Lima).

“É absolutamente necessário e estratégico ampliar a capacidade de refino nesse período. É evidente que a margem [de lucro] do refino é uma margem mais nervosa, mais volátil. Mas eu acredito que o investimento é estratégico e tem uma margem razoavelmente estável [no Brasil, porque o país não acompanha a volatilidade dos preços internacionais]”, disse.

Sobre o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), Gabrielli disse que a Petrobras já assinou mais de 70% dos contratos para as obras. A previsão é que a primeira fase do complexo já comece a operar em 2013.

Para a refinaria do Maranhão, a Petrobras tem se preocupado em formar mão de obra local e conversar com os municípios, a fim de que eles formem um consórcio para lidar com os possíveis impactos sociais gerados pela planta.

No Ceará, a Petrobras diz que está aguardando a legalização do terreno pelo governo cearense, os estudos de impacto ambiental, conduzidos pela Universidade Federal do Ceará, e os estudos sobre os povos e herança indígena da região, feitos pela Fundação Nacional do Índio (Funai). “Mas já iniciamos, em algumas áreas, a sondagem, que é essencial para a iniciar a terraplenagem”, disse Gabrielli.

Durante a entrevista, Gabrielli também falou sobre a sociedade com a estatal petrolífera venezuelana PDVSA na Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. “As obras estão em pleno andamento. Todos os contratos estão praticamente assinados para o fornecimento de equipamentos para a refinaria. A questão societária nossa com a PDVSA será resolvida num momento adequado. Até hoje nós não recebemos nenhum recurso, mas os contratos estão em vigor e estamos aguardando posicionamento da PDVSA, especialmente no que se refere às garantias para dívida”, disse.

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