Fusão entre Monsanto e Syngenta impulsionaria mais negócios
A Monsanto abordou a Syngenta para uma aquisição que criaria um gigante no setor de sementes e produtos químicos, o que impulsionaria outras fusões e aquisições
Da Redação
Publicado em 4 de maio de 2015 às 21h04.
Uma combinação entre a Monsanto Co. e a Syngenta AG poderia preparar o terreno para outras fusões e aquisições .
A Monsanto abordou a Syngenta para uma aquisição que criaria um gigante no mercado de sementes e produtos químicos para plantações, com mais de US$ 30 bilhões em receita.
Não vai ser fácil conseguir que os reguladores aprovem um acordo – e é possível que ele não se concretize –. Para lidar com as questões antitruste e defender sua proposta, a Monsanto planejou um acordo que inclui a venda de partes da empresa combinada, disse uma fonte com conhecimento do assunto.
Talvez as maiores preocupações estejam vinculadas ao fato de que a empresa combinada ficaria com uma fatia sem precedentes do mercado de sementes de soja e milho.
As operações da Syngenta nessas áreas seriam atraentes para diversos compradores, como Dow Chemical Co, BASF SE e Bayer AG, disse Colin Isaac, da Atlantic Equities LLP. Até as empresas de private-equity poderiam se interessar.
“Seria muito fácil vender por bons múltiplos os empreendimentos de sementes” da Syngenta, disse Isaac, analista em Londres, em entrevista por telefone. “As pessoas sempre estão tentando comprar participações”.
A DuPont Co. também poderia ser uma compradora para qualquer ativo que for colocado à venda, disse Bill Selesky, analista da Argus Research Co.
DuPont-Dow
Existe outra possibilidade: uma vez o investidor ativista Dan Loeb pressionou por uma separação na Dow e o CEO Andrew Liveris insinuou que a empresa está aberta para a possibilidade de vender sua unidade de agricultura.
O fato de a Monsanto se tornar uma concorrente muito mais forte poderia funcionar como um catalisador para a empresa de US$ 60 bilhões pensar mais seriamente em dar o passo para sair desse negócio, que representou cerca de 13 por cento da receita no ano passado, disse James Sheehan, da SunTrust Banks Inc.
Esse segmento ofereceria excelentes opções para a DuPont e sua empresa de sementes Pioneer, disse ele.
“Esse é o acordo que eu sempre esperei que acontecesse”, disse Isaac, da Atlantic Equities, em entrevista por telefone.
“É atraente para a Pioneer e é atraente para a Dow em termos de concentrar a carteira da empresa no negócio de produtos químicos e arrecadar muito dinheiro”.
Se a Dow não quiser vender diretamente para a DuPont, ambas as empresas poderiam combinar seus negócios de agricultura em uma entidade separada, disse Selesky, da Argus.
Possível contraoferta
Um lance de US$ 19,5 bilhões pela DuPont para os negócios de ciências agrícolas da Dow poderia gerar um retorno de 7 por cento sobre o capital investido, de acordo com um relatório publicado na sexta-feira por Laurence Alexander, da Jefferies Group LLC.
Contudo, é pouco provável que a DuPont adquira esta empresa enquanto os mercados agrícolas não se recuperarem dos atuais níveis baixos, disse ele.
DuPont e Dow poderiam estar interessadas em comprar toda a Syngenta e não é possível descartá-las como contraofertantes, disse Selesky, da Argus Research.
Para a Dow, adquirir a Syngenta lhe daria uma forte participação no mercado de proteção de cultivos e sementes, além de gerar uma oportunidade significativa para reduzir custos, disse Martin Lehmann, gerente da 3vInvest Swiss Small Mid Cap Fund, da 3vAsset Management.
Talvez a Dow também enfrente menos obstáculos do que a Monsanto para conseguir a aprovação regulatória da aquisição. Por exemplo, a Dow tem uma fatia de 6 por cento no mercado de sementes de milho, em comparação com os 31 por cento da Monsanto, de acordo com dados compilados pela Bloomberg Intelligence.
Dow e DuPont talvez não queiram entrar em uma guerra de lances com a Monsanto. Embora a Dow e a Third Point LLC de Loeb tenham assinado um acordo de paz em novembro, que deu ao hedge fund duas cadeiras no conselho, o investidor ativista ainda possui uma participação na empresa.
DuPont, por sua vez, tem lutado contra Nelson Peltz em relação a suas propostas para criar valor. Uma compra cara de um dos dois poderia provocar mais críticas.
Quaisquer que sejam as permutações, o setor químico-agrícola está sendo pressionado a se consolidar ainda mais em meio a um crescimento mais lento e a preços mais baixos das commodities, disse Lehmann, da 3v.
“Um acordo entre Monsanto e Syngenta marcaria o início de mais acordos”, escreveu ele em um e-mail.
Uma combinação entre a Monsanto Co. e a Syngenta AG poderia preparar o terreno para outras fusões e aquisições .
A Monsanto abordou a Syngenta para uma aquisição que criaria um gigante no mercado de sementes e produtos químicos para plantações, com mais de US$ 30 bilhões em receita.
Não vai ser fácil conseguir que os reguladores aprovem um acordo – e é possível que ele não se concretize –. Para lidar com as questões antitruste e defender sua proposta, a Monsanto planejou um acordo que inclui a venda de partes da empresa combinada, disse uma fonte com conhecimento do assunto.
Talvez as maiores preocupações estejam vinculadas ao fato de que a empresa combinada ficaria com uma fatia sem precedentes do mercado de sementes de soja e milho.
As operações da Syngenta nessas áreas seriam atraentes para diversos compradores, como Dow Chemical Co, BASF SE e Bayer AG, disse Colin Isaac, da Atlantic Equities LLP. Até as empresas de private-equity poderiam se interessar.
“Seria muito fácil vender por bons múltiplos os empreendimentos de sementes” da Syngenta, disse Isaac, analista em Londres, em entrevista por telefone. “As pessoas sempre estão tentando comprar participações”.
A DuPont Co. também poderia ser uma compradora para qualquer ativo que for colocado à venda, disse Bill Selesky, analista da Argus Research Co.
DuPont-Dow
Existe outra possibilidade: uma vez o investidor ativista Dan Loeb pressionou por uma separação na Dow e o CEO Andrew Liveris insinuou que a empresa está aberta para a possibilidade de vender sua unidade de agricultura.
O fato de a Monsanto se tornar uma concorrente muito mais forte poderia funcionar como um catalisador para a empresa de US$ 60 bilhões pensar mais seriamente em dar o passo para sair desse negócio, que representou cerca de 13 por cento da receita no ano passado, disse James Sheehan, da SunTrust Banks Inc.
Esse segmento ofereceria excelentes opções para a DuPont e sua empresa de sementes Pioneer, disse ele.
“Esse é o acordo que eu sempre esperei que acontecesse”, disse Isaac, da Atlantic Equities, em entrevista por telefone.
“É atraente para a Pioneer e é atraente para a Dow em termos de concentrar a carteira da empresa no negócio de produtos químicos e arrecadar muito dinheiro”.
Se a Dow não quiser vender diretamente para a DuPont, ambas as empresas poderiam combinar seus negócios de agricultura em uma entidade separada, disse Selesky, da Argus.
Possível contraoferta
Um lance de US$ 19,5 bilhões pela DuPont para os negócios de ciências agrícolas da Dow poderia gerar um retorno de 7 por cento sobre o capital investido, de acordo com um relatório publicado na sexta-feira por Laurence Alexander, da Jefferies Group LLC.
Contudo, é pouco provável que a DuPont adquira esta empresa enquanto os mercados agrícolas não se recuperarem dos atuais níveis baixos, disse ele.
DuPont e Dow poderiam estar interessadas em comprar toda a Syngenta e não é possível descartá-las como contraofertantes, disse Selesky, da Argus Research.
Para a Dow, adquirir a Syngenta lhe daria uma forte participação no mercado de proteção de cultivos e sementes, além de gerar uma oportunidade significativa para reduzir custos, disse Martin Lehmann, gerente da 3vInvest Swiss Small Mid Cap Fund, da 3vAsset Management.
Talvez a Dow também enfrente menos obstáculos do que a Monsanto para conseguir a aprovação regulatória da aquisição. Por exemplo, a Dow tem uma fatia de 6 por cento no mercado de sementes de milho, em comparação com os 31 por cento da Monsanto, de acordo com dados compilados pela Bloomberg Intelligence.
Dow e DuPont talvez não queiram entrar em uma guerra de lances com a Monsanto. Embora a Dow e a Third Point LLC de Loeb tenham assinado um acordo de paz em novembro, que deu ao hedge fund duas cadeiras no conselho, o investidor ativista ainda possui uma participação na empresa.
DuPont, por sua vez, tem lutado contra Nelson Peltz em relação a suas propostas para criar valor. Uma compra cara de um dos dois poderia provocar mais críticas.
Quaisquer que sejam as permutações, o setor químico-agrícola está sendo pressionado a se consolidar ainda mais em meio a um crescimento mais lento e a preços mais baixos das commodities, disse Lehmann, da 3v.
“Um acordo entre Monsanto e Syngenta marcaria o início de mais acordos”, escreveu ele em um e-mail.