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Fundo compra 25% da varejista de calçados Arezzo

Simultaneamente à venda, marca de sapatos femininos também anuncia fusão com a concorrente Schutz

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de fevereiro de 2011 às 12h36.

Maior marca de varejo de calçados femininos do Brasil, a Arezzo anunciou nesta quinta-feira (08/11) duas mudanças simultâneas em sua estrutura. Primeiro, a empresa vai se fundir com a fabricante e varejista de calçados Schutz, administrada pelo designer Alexandre Birman, filho do dono da Arezzo, Anderson Birman. As companhias formarão um único grupo, o Arezzo S.A., que nasce com faturamento bruto de 341 milhões de reais.

A segunda alteração é a compra de uma fatia de 25% do grupo recém-criado por parte do fundo Tarpon All Equities, da gestora de recursos Tarpon Investment Group. Além da participação acionária, o novo parceiro prevê investimentos na incorporação de concorrentes e no crescimento da companhia. O aporte total na Arezzo S.A  será de pouco mais de 76 milhões de reais, incluindo a parcela a ser desembolsada futuramente na expansão da empresa. A gestora de recursos ainda passa a indicar membros do conselho administrativo da varejista

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De acordo com o sócio responsável pelo private equity da Tarpon, Pedro de Andrade Faria, a fusão entre as duas companhias da família Birman não foi uma condição para o acordo, mas ele admite que as negociações para a aquisição pesaram na escolha por unir as empresas.

"Estávamos preparados para fazer o negócio independentemente da fusão, mas tentamos mostrar que o caminho correto seria esse, por razões como sinergia de negócios e escala mais significativa", explica Faria.

A fusão também permite às companhias se agruparem num esquema de guarda-chuva, comum nos grupos estrangeiros de moda. Isso facilita a aquisição de outras empresas do setor, ao estimular a segmentação dentro de uma estrutura maior - o exemplo mais conhecido desse posicionamento é o da LVHM, gigante francesa do mercado de luxo que possui marcas que atuam nos mesmos segmentos, como Louis Vuitton e Fendi, mas com produtos de características diversas.


"Não é estranho pensar que podemos atrair novas marcas, a empresa está capitalizada e tem um bom nome no mercado", afirma Pedro de Andrade Faria, da Tarpon.

Foco no mercado interno

A competição com o mercado chinês, principal reclamação do setor calçadista brasileiro, tampouco foi motivo de preocupação para a gestora de fundos. Segundo representantes da Tarpon, por terceirizar a produção e focar principalmente em gestão de produtos e varejo, a Arezzo, principal fatia da Arezzo S.A., estaria menos vulnerável à competição com o mercado externo do que as empresas de manufatura de calçados.

Embora exportem uma parcela de sua produção, a Arezzo e a Schutz têm no mercado interno sua principal fonte de renda. A primeira possui 225 lojas franqueadas e cinco unidades próprias, que garantem a venda de 4,4 milhões de pares por ano. A Schutz, por sua vez, distribui seus produtos em mais de mil pontos de venda no Brasil e envia para lojas de 50 países cerca de 30% do que fabrica. Ambas as marcas passam a ser unidades de negócio da nova empresa e a compartilhar a mesma estrutura corporativa.

O anúncio de investimento não foi capaz de valorizar as ações da Tarpon na Bovespa. No começo da tarde desta quinta-feira, os papéis da empresa registravam queda de 4,48% no mercado à vista. Além do anúncio relacionado à Arezzo S.A., no entanto, a companhia também divulgou pela manhã o seu balanço trimestral, o que dificulta avaliar o quanto a aquisição pesou no preço das ações. Arezzo e Schutz não posseum capital aberto.

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