Moll não obteve grande apoio público de parte dos colegas, até agora, embora afirme ter recebido emails com expressões de apoio (Daniel Barry/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2011 às 10h09.
São Francisco - Um funcionário das lojas Apple começou uma campanha para sindicalizar os empregados da divisão de varejo da empresa, uma decisão rara para uma companhia conhecida por seus seguidores quase fanáticos e pela sua imagem vanguardista.
Cory Moll, funcionário de meio período de uma loja Apple em San Francisco, está trabalhando para formar um sindicato, com o objetivo de lutar por melhores salários e benefícios e corrigir o que vê como práticas de trabalho injustas, nas elegantes lojas da empresa.
"As questões básicas são remuneração, salários, benefícios", disse Moll, acrescentando que havia decidido sair a público com sua ideia de criar um sindicato para encorajar a adesão de outros funcionários.
Embora os sindicatos sejam fortes em setores como o transporte rodoviário e o automotivo, são quase desconhecidos nas companhias do Vale do Silício, que se orgulham pela sua rapidez na ação e flexibilidade para contratar e demitir.
A campanha incipiente de Moll também é incomum dada a reputação da Apple por forte lealdade da parte de seus funcionários.
A Apple conta com mais de 30 mil trabalhadores em sua divisão de varejo, que opera 325 lojas em todo o mundo.
Moll, que trabalha na Apple há quatro anos, disse que ganha 14 dólares por hora em uma loja da empresa em San Francisco. O salário mínimo por hora em San Francisco, uma das cidades mais caras dos Estados Unidos, é de 9,92 dólares este ano.
Moll, 30, se comunica com os colegas de loja principalmente por meio do Twitter, Facebook e do site "Apple Retail Workers Union", que ele criou em maio, mas sem revelar seu nome.
Moll não obteve grande apoio público de parte dos colegas, até agora, embora afirme ter recebido emails com expressões de apoio.
"Há muita hesitação sobre isso", disse. "Não creio que haja mais de 50 por cento de apoio em loja alguma, mas as pessoas falam a respeito; podemos estar perto disso em uma ou duas lojas."
É necessária a adesão da maioria dos trabalhadores em uma dada unidade antes que seja possível formar um sindicato.
Um funcionário da Apple confirmou que Moll trabalha para a empresa, mas se recusou a comentar sobre o esforço de sindicalização.
"É como uma luta de Davi contra Golias", disse Moll, sobre iniciar um movimento sindical em uma empresa que vale 320 bilhões de dólares e é comandada pelo icônico co-fundador Steve Jobs.