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Ford demite CEO Mark Fields e nomeia Jim Hackett para o cargo

A nomeação de Hackett, até agora chefe da divisão de veículos autônomos e tecnologia, é um sinal de que a Ford continuará no rumo traçado por Fields

James Hackett: ele "tem um longo histórico de inovação e sucesso nos negócios", disse a empresa (Rebecca Cook/Reuters)
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AFP

Publicado em 22 de maio de 2017 às 17h07.

A montadora americana Ford demitiu nesta segunda-feira (22) seu presidente Mark Fields e anunciou Jim Hackett como o novo CEO, no momento em que a empresa enfrenta a desaceleração das vendas nos Estados Unidos e na China.

Hackett, de 62 anos, "tem um longo histórico de inovação e sucesso nos negócios", afirma a empresa em um comunicado, confirmando uma notícia antecipada pelo jornal The New York Times.

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A nomeação de Hackett, até agora chefe da divisão de veículos autônomos e tecnologia, é um sinal de que a Ford continuará no rumo traçado por Fields, que apostou em uma estratégia que privilegiou o desenvolvimento deste tipo de carro.

"Partimos de uma posição forte para transformar a Ford para o futuro", afirmou o presidente executivo do grupo, Bill Ford, citado no comunicado.

"Este é um momento de mudanças sem precedentes", declarou Ford, que preside o conselho diretor.

"Jim Hackett é a pessoa indicada para dirigir a Ford nessa transformação da indústria do automóvel e da mobilidade em geral", completou.

A decisão não foi tomada "rapidamente", mas após muitas avaliações "decidimos que era o momento correto para que (Fields) renunciasse" após 28 anos na companhia, ressaltou Ford.

A reorganização da diretoria também inclui a nomeação de três novos vice-presidentes executivos para supervisionar os mercados globais, as operações e a mobilidade.

Entre as novas nomeações está a de Jim Farley, designado vice-presidente e presidente de mercados globais depois de comandar a região Europa, Oriente Médio e África. Farley ajudou o grupo a recuperar sua rentabilidade na Europa frente à concorrente General Motors.

Mark Fields assumiu a liderança da empresa há quase três anos, apostando em uma estratégia que buscou privilegiar o desenvolvimento de veículos autônomos.

Desde então, a ação do grupo perdeu um terço do valor e foi superada em abril pela fabricante de veículos elétricos Tesla em termos de capitalização na Bolsa.

Depois de vários anos de vendas recordes, o mercado de carros nos Estados Unidos enfrenta uma desaceleração. Em 2016, o lucro da Ford registrou queda de 38%, o que abalou a confiança dos investidores.

Recentemente, o grupo anunciou o corte de 1.400 postos de trabalho na América do Norte e Ásia, com o objetivo de reduzir custos e melhorar a rentabilidade.

A mudança de direção na Ford "é uma virada radical por duas razões: o cargo será ocupado por um relativo outsider, e esse outsider vem da divisão de Mobilidade Inteligente da Ford", comentou o analista Paul Moran, da Northern Trust Securities.

Ele acrescenta que esse "golpe" em favor de um especialista em mudanças tecnológicas poderia ser acompanhado de movimentos similares em outros grandes fabricantes de veículos.

Atualmente, existe uma verdadeira corrida contra o tempo entre as montadoras da escola antiga contra Waymo, Apple, Uber e Tesla para lançar veículos autônomos em 2020.

Apesar dos muitos investimentos organizados por Fields e dos planos de contar até 2021 com um veículo autônomo, os investidores preferem apostar em empresas como a Tesla, que tem essa tecnologia em seu DNA.

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