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Flexibilidade nem sempre é a melhor saída para empresas

Estudo da Cisco aponta que o home office e os horários flexíveis são menos apreciados pela geração Y do que se acredita e que os salários ainda têm grande peso

EXAME.com (EXAME.com)

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Luísa Melo

Luísa Melo

Publicado em 12 de novembro de 2014 às 15h37.

São Paulo - Adotar o home office e os horários flexíveis é uma boa estratégia para ajudar os funcionários a conciliarem trabalho e vida pessoal e torná-los mais fiéis, certo? Mais ou menos. Segundo uma pesquisa da Cisco, apesar de relevante, a mobilidade não é tão apreciada pelos mais jovens quanto se acredita e o dinheiro ainda fala mais alto em alguns casos.

O estudo ouviu 1.388 pessoas da geração Y (com idade entre 18 e 30 anos), 1.524 da X (de 31 a 50 anos) e 827 profissionais de RH em 15 países, incluindo o Brasil. 

Apesar de a maioria dos profissionais da geração X acreditar que os jovens gostam mais de jornadas de trabalho flexíveis, grande parte dos membros da geração Y (54%) diz que prefere os horários tradicionais.

De acordo com o levantamento, aproximadamente 25% dos entrevistados estão empregados em companhias que os permitem trabalhar de casa. Curiosamente, entre eles, a fatia dos que preferem ir ao escritório é maior na geração Y do que na X (de 28% e 19%, respectivamente). Dos profissionais de RH que têm a opção, só 6% escolhem o ambiente corporativo. 

Na mesma linha, enquanto 38% dos profissionais mais velhos afirmam que são mais focados quando trabalham na estrutura da empresa, 44% dos mais jovens dizem o mesmo. 

Mas ainda que os modelos tradicionais ainda sejam os preferidos, aproximadamente dois terços dos entrevistados das duas gerações acreditam que uma companhia que adota modelos de trabalho remotos e flexíveis têm maior vantagem competitiva sobre aquelas que obrigam suas equipes a permanecer no escritório das 9 às 17 horas. 

Cerca de metade deles sente que o setor de RH de onde atuam está se ajustando para permitir um estilo de trabalho mais flexível e móvel, mas um terço acredita que isso não está sendo feito com a rapidez necessária.

Do outro lado, 56% dos profissionais da área indicam que seus departamentos estão planejando ou já implementaram esses sistemas.
Além disso, entre eles, 4 em cada 10 acreditam que seus funcionários já poderão fazer home office no ano de 2020. 

Os salários vêm na frente

O material também aponta que, na hora de satisfazer o funcionário, a remuneração ainda é mais importante do que as medidas de flexibilidade.

Segundo o estudo, em geral, os profissionais não concordam com a ideia de ganharem menos em troca de uma maior flexibilidade no emprego. Entre os da área de RH, 4 em cada 10 topariam esse tipo de acordo, o maior índice entre os entrevistados. 

Dos que aceitariam a proposta a maioria dos que atuam no setor de RH (56%) aceitaria um corte de mais de 10% no salário para ter maior mobilidade. Já entre os trabalhadores da geração X a fatia é de apenas 35% e, da Y, 34%. 

Tecnologia e conexão 24 horas

Conforme a pesquisa, os smartphones e aparelhos conectados que possibilitam a interação de pessoas à distância vieram mesmo para ficar.

Mais da metade dos ouvidos (tanto da geração X quanto da Y) se consideram acessíveis para o trabalho 24 horas por dia, 7 dias por semana, um claro reflexo da tecnologia. 

Além disso, a maioria dos entrevistados, independentemente da idade, aposta que o smartphone será o aparelho mais importante de um trabalhador em 2020 e 58% dos profissionais de RH disseram que contratariam funcionários por meio de videoconferência, sem entrevistá-los pessoalmente.

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