Fiesp prevê que dívida da indústria deve triplicar em uma década
Segundo diretor do departamento de competitividade da Fiesp, o resultado mostra que a situação de solvência da maioria das empresas é "bastante preocupante"
Estadão Conteúdo
Publicado em 12 de dezembro de 2016 às 18h54.
Última atualização em 12 de dezembro de 2016 às 18h55.
São Paulo - Estimativa divulgada nesta segunda-feira, 12, pela Fiesp prevê que a dívida financeira líquida das maiores empresas da indústria de transformação vai chegar a R$ 594,2 bilhões até 2020, o que significa mais do que triplicar (alta de 207%) o endividamento em uma década.
Na comparação com o passivo do ano passado, de R$ 337,6 bilhões, a projeção indica um aumento de 76% da dívida.
Como a geração de caixa cresce menos - alta de 28% em dez anos, ou 5,4% de 2015 até 2020 -, a relação entre a dívida e os recursos gerados pelas operações das empresas deve subir para 4,69 vezes até o fim desta década.
Em 2010, o múltiplo estava em 1,95 vez. Em 2015, a dívida já superava em 2,81 vezes a geração de caixa medida pelo Ebitda, sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização.
Segundo o diretor do departamento de competitividade da Fiesp, José Ricardo Roriz Coelho, o resultado da pesquisa mostra que a situação de solvência da maioria das empresas é "bastante preocupante", o que pode comprometer seus investimentos. A solução, segundo propõe a pesquisa, passa por um "grande plano de desalavancagem corporativa".
Foram analisadas no estudo demonstrações financeiras, do período de 2010 a 2015, de 114 empresas de capital aberto e outras 155 empresas fechadas.
Optou-se por excluir a Petrobras da análise para, conforme o estudo, chegar a um "panorama mais fiel à realidade da indústria de transformação".