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Fibria vende menos, mas vê demanda boa da China

Companhia justificou a queda na produção e das vendas a paradas para manutenção em algumas fábricas


	Fábrica da Fibria: companhia teve lucro líquido de 24 milhões de reais no primeiro trimestre deste ano
 (GERMANO LUDERS)

Fábrica da Fibria: companhia teve lucro líquido de 24 milhões de reais no primeiro trimestre deste ano (GERMANO LUDERS)

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Da Redação

Publicado em 23 de abril de 2013 às 13h58.

São Paulo - A fabricante de celulose Fibria ainda vê uma boa demanda da China e de outros mercados compradores, e justifica a queda na produção e das vendas no primeiro trimestre, que levou a empresa a registrar resultado aquém do esperado, a paradas para manutenção em algumas fábricas.

A Fibria teve lucro líquido de 24 milhões de reais no primeiro trimestre deste ano, revertendo prejuízo de 10 milhões registrado um ano antes, mas reduzindo pela metade o ganho visto nos últimos três meses de 2012, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira.

O resultado ficou bem abaixo da média de previsões de analistas obtidas pela Reuters, que apontava lucro de 106 milhões de reais para a empresa no período.

"Os embarques diminuíram em função da falta de celulose. A demanda (da China) continua muito boa, a implementação de novas fábricas nos ramos de tissue (sanitários) continuam acontecendo, tem outras que vão acontecer em 2013. O ramo de embalagem também está crescendo na Ásia", disse o diretor Comercial e Logística Internacional da empresa, Henri Philippe van Keero, em teleconferência com jornalistas nesta terça-feira.

Em relação aos demais mercados, van Keer afirmou que a demanda dos Estados Unidos se mantém "regular", assim como a da Europa, que apesar da crise não diminui as encomendas por baixos estoques. "Na Europa, há um ano e meio, o volume (de vendas) é regular porque tem estoques apertados".

Queda na produção

No primeiro trimestre, a companhia viu a produção de celulose diminuir em 8 por cento na comparação com os três meses até dezembro, somando 1,3 milhão de toneladas, resultado de paradas programadas para manutenção na unidade Veracel e em uma fábrica da unidade Aracruz.


As vendas, enquanto isso, caíram 21 por cento em relação ao quarto trimestre, para 1,2 milhão de toneladas, "efeito da sazonalidade daquele trimestre", segundo a empresa. Em relação ao primeiro trimestre de 2012, as vendas caíram 10 por cento.

Com isso, a receita líquida foi 22 por cento menor na relação trimestral, mas cresceu 14 por cento ano a ano, para 1,449 bilhão de reais.

"Os embarques diminuíram em função da falta de celulose e em certos casos da falta de disponibilidade de navios. Começamos o ano com estoques muito apertados e antecipação de paradas, isso fez com que tivéssemos demanda reprimida da China e embarques menores".

No primeiro trimestre, a Fibria teve uma geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de 565 milhões de reais entre janeiro e março, alta anual de 50 por cento, mas queda de 25 por cento ante o último trimestre do ano passado.

O Ebitda veio em linha com a média das estimativas de analistas, de 561 milhões de reais. A margem Ebitda, por sua vez, subiu de 30 para 39 por cento em 12 meses.

Também pesou sobre os números da Fibria o resultado financeiro negativo em 66 milhões de reais, enquanto um ano antes essa linha do balanço havia sido positiva em 192 milhões de reais, "decorrente do maior efeito de variação cambial sobre a dívida naquele trimestre, explicada pela maior desvalorização do dólar em relação ao real sobre um maior estoque de dívida".


A Fibria informou ainda que a previsão de investimento de 1,244 bilhão de reais ao longo de 2013 está mantida, sendo que 249 milhões foram desembolsados no primeiro trimestre.

A companhia afirmou no balanço que decidiu antecipar parada de manutenção na unidade de Três Lagoas para ocorrer no segundo trimestre. "Desta forma, o terceiro trimestre será impactado apenas pela parada na unidade Jacareí.

Portocel

Questionado sobre o projeto Portocel (ES), mantido em parceria a Cenibra, o presidente da empresa, Marcelo Castelli, afirmou que a empresa ainda avalia a Medida Provisória dos Portos e seus impactos no projeto.

"Continuamos analisando a MP dos Portos. Até onde acompanhamos não haverá impacto e continuamos seguindo a visão de transformar Portocel em um negócio para a Fibria", disse também em teleconferência com jornalistas.

A empresa já havia informado no ano passado que avaliava investimentos no empreendimento, especializado em celulose e localizado no norte do Espírito Santo, para construção de mais quatro berços de embarque.

Nesta terça-feria, Castelli afirmou que a empresa já mantinha conversas com possíveis investidores privados. "Depois da MP dos portos o número de players interessados aumentoU conforme foi ficando mais claro que MP vai ter efeito benéfico (para o Portocel)", disse.

As ações ordinárias da Fibria operavam em alta de 1,36 por cento às 13h15, sendo cotadas a 23,14 reais, enquanto o Ibovespa subia 1,39 por cento.

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