Fibria: mercado vê redução de alavancagem da empresa
São Paulo - A previsão de analistas para a alavancagem da Fibria medida pela relação entre receita líquida e geração de caixa (Ebitda) foi reduzida de 4 para 3 vezes no final de 2010, segundo uma pesquisa feita pela própria companhia. A Fibria, maior produtora mundial de celulose e formada pela união de VCP e […]
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.
São Paulo - A previsão de analistas para a alavancagem da Fibria medida pela relação entre receita líquida e geração de caixa (Ebitda) foi reduzida de 4 para 3 vezes no final de 2010, segundo uma pesquisa feita pela própria companhia.
A Fibria, maior produtora mundial de celulose e formada pela união de VCP e Aracruz, mantém alto endividamento por conta de perdas com operações de derivativos cambiais em 2008.
Ao final do primeiro trimestre deste ano, a dívida da Fibria representava 5,6 vezes o Ebitda anualizado, abaixo das 6,3 vezes em dezembro e das 7,8 vezes em março de 2009.
De acordo com o diretor de Relações com Investidores da companhia, André Luiz Gonçalves, a redução da projeção de alavancagem para o encerramento deste ano por analistas foi resultado da continuidade do cenário positivo no mercado de celulose e aumentos de preços da commodity.
"Foi uma combinação da redução da dívida bruta e do aumento do Ebitda", afirmou Gonçalves, referindo-se à melhora na alavancagem já apresentada pela Fibria, durante teleconferência com jornalistas sobre os resultados do primeiro trimestre.
A dívida bruta da empresa ao final de março era de 13,54 bilhões de reais, queda de 28 por cento em relação ao mesmo período do ano passado e 8 por cento menor que no quarto trimestre.
O Ebitda --sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação-- atingiu 637 milhões de reais no primeiro trimestre, se aproximando de 2 bilhões de reais em 12 meses até março.
Já a dívida líquida caiu 31 por cento ante o primeiro trimestre do ano passado, mas subiu 2 por cento ante dezembro de 2009, devido à desvalorização do real em relação ao dólar nos primeiros meses deste ano.
No final de abril, a Fibria emitiu 750 milhões de dólares em bônus no exterior. Segundo Gonçalves, dessa quantia, 511 milhões de dólares irão para o pagamento de dívidas relacionadas a derivativos.
O prazo médio de vencimento da dívida subiu de 60 meses em dezembro para 62 meses no fim de março. Do endividamento bruto total, 23 por cento está concentrado no curto prazo, abaixo dos 29 por cento um ano antes.
"Vamos continuar com a gestão do endividamento para conseguir prazos mais longos", disse Gonçalves.
No primeiro trimestre, a Fibria registrou lucro líquido de 9 milhões de reais, contra ganho de perto de 1,3 bilhão de reais no mesmo período do ano passado. O resultado contábil de janeiro a março de 2009 foi beneficiado por ajuste da participação de mercado que a então VCP detinha na Aracruz, no valor de quase 1,4 bilhão de reais.