Fiat olha o Brasil como centro de exportação
O executivo esclareceu, no entanto, que esta não é uma decisão pensada para ser provisória ou apenas para aproveitar o câmbio favorável
Da Redação
Publicado em 14 de abril de 2016 às 17h43.
São Paulo - Em meio à baixa demanda por veículos no Brasil, o grupo FCA, que controla a Fiat , decidiu que, a partir deste ano, passa a olhar o País como um centro de exportação para outros mercados, informou nesta quinta-feira, 14, o presidente do grupo na América Latina, Stefan Ketter, em encontro com jornalistas, um dia após o lançamento do Mobi, o novo subcompacto da marca italiana.
O executivo esclareceu, no entanto, que esta não é uma decisão pensada para ser provisória ou apenas para aproveitar o câmbio favorável e driblar o enfraquecimento do mercado interno.
"Queremos ser um País exportador para sempre, é estratégico", afirmou. "E não só para América do Sul, tem o México, temos potenciais na África, na Europa e, inclusive, nos Estados Unidos", acrescentou.
Apesar da aposta no mercado externo, Ketter sugeriu que a mudança não será imediata.
"A FCA (no Brasil) não foi uma companhia voltada para exportação nem o Brasil é um país de exportação. Este é um tema em que temos de ser agressivos e que temos de construir de uma forma rápida, mas não vai acontecer da noite pro dia", disse.
De acordo com o executivo, a fábrica construída recentemente em Pernambuco, que produz os modelos Renegade, da Jeep, e Toro, da própria Fiat, foi a responsável por abrir os olhos do grupo para o mercado internacional, em razão do interesse gerado no exterior por esses dois modelos.
"Tem gente dizendo que precisa do Renegade na África e tem americano me perguntando por que não levamos o Toro para lá", contou. "Sem isso (a fábrica), não estaríamos nem na fase de estratégia nem poderíamos entrar nessa discussão", disse.
Ketter lamentou, no entanto, que o Brasil não tenha se preparado para atender à demanda externa por veículos.
"Você olha para os países andinos (Colômbia, Peru e Chile) e percebe que a importação vem mais dos coreanos e japoneses do que do Brasil. Estranho, né? A gente está na América do Sul e o Brasil não é um país de exportação?", questionou.
Ele criticou em seguida que as vendas para o exterior estejam concentradas na Argentina e afirmou que o Brasil deveria buscar novos acordos comerciais, de modo a ampliar as possibilidades e reduzir a dependência da flutuação da taxa de câmbio.
"Aqui no Brasil é assim: quando o dólar está alto, é hora de exportar; quando o dólar está baixo, é hora de olhar para o mercado interno, porque não vale a pena exportar. Esse entra e sai não é sustentável", disse.
O modelo Mobi, lançado ontem pela Fiat, deve fazer parte dessa nova estratégia de exportação. O grupo pretende destinar cerca de 30% da produção do veículo no Brasil para o mercado externo.
Os embarques devem começar nos próximos dois meses, tendo a Argentina como primeiro destino. Depois, ao longo dos próximos 12 meses, as exportações devem crescer gradualmente, diversificando também os destinos.
O foco nas exportações pode ajudar a Fiat a reduzir a ociosidade da sua produção. Hoje, a fábrica de Betim, a maior do grupo no mundo, utiliza 60% da capacidade instalada, de cerca de 800 mil unidades por ano.
São Paulo - Em meio à baixa demanda por veículos no Brasil, o grupo FCA, que controla a Fiat , decidiu que, a partir deste ano, passa a olhar o País como um centro de exportação para outros mercados, informou nesta quinta-feira, 14, o presidente do grupo na América Latina, Stefan Ketter, em encontro com jornalistas, um dia após o lançamento do Mobi, o novo subcompacto da marca italiana.
O executivo esclareceu, no entanto, que esta não é uma decisão pensada para ser provisória ou apenas para aproveitar o câmbio favorável e driblar o enfraquecimento do mercado interno.
"Queremos ser um País exportador para sempre, é estratégico", afirmou. "E não só para América do Sul, tem o México, temos potenciais na África, na Europa e, inclusive, nos Estados Unidos", acrescentou.
Apesar da aposta no mercado externo, Ketter sugeriu que a mudança não será imediata.
"A FCA (no Brasil) não foi uma companhia voltada para exportação nem o Brasil é um país de exportação. Este é um tema em que temos de ser agressivos e que temos de construir de uma forma rápida, mas não vai acontecer da noite pro dia", disse.
De acordo com o executivo, a fábrica construída recentemente em Pernambuco, que produz os modelos Renegade, da Jeep, e Toro, da própria Fiat, foi a responsável por abrir os olhos do grupo para o mercado internacional, em razão do interesse gerado no exterior por esses dois modelos.
"Tem gente dizendo que precisa do Renegade na África e tem americano me perguntando por que não levamos o Toro para lá", contou. "Sem isso (a fábrica), não estaríamos nem na fase de estratégia nem poderíamos entrar nessa discussão", disse.
Ketter lamentou, no entanto, que o Brasil não tenha se preparado para atender à demanda externa por veículos.
"Você olha para os países andinos (Colômbia, Peru e Chile) e percebe que a importação vem mais dos coreanos e japoneses do que do Brasil. Estranho, né? A gente está na América do Sul e o Brasil não é um país de exportação?", questionou.
Ele criticou em seguida que as vendas para o exterior estejam concentradas na Argentina e afirmou que o Brasil deveria buscar novos acordos comerciais, de modo a ampliar as possibilidades e reduzir a dependência da flutuação da taxa de câmbio.
"Aqui no Brasil é assim: quando o dólar está alto, é hora de exportar; quando o dólar está baixo, é hora de olhar para o mercado interno, porque não vale a pena exportar. Esse entra e sai não é sustentável", disse.
O modelo Mobi, lançado ontem pela Fiat, deve fazer parte dessa nova estratégia de exportação. O grupo pretende destinar cerca de 30% da produção do veículo no Brasil para o mercado externo.
Os embarques devem começar nos próximos dois meses, tendo a Argentina como primeiro destino. Depois, ao longo dos próximos 12 meses, as exportações devem crescer gradualmente, diversificando também os destinos.
O foco nas exportações pode ajudar a Fiat a reduzir a ociosidade da sua produção. Hoje, a fábrica de Betim, a maior do grupo no mundo, utiliza 60% da capacidade instalada, de cerca de 800 mil unidades por ano.