Ferrous busca parceiro para financiamento com BNDES
A empresa pode acrescentar mais dois bilhões de toneladas de minério aos já estimados 5,3 bilhões de toneladas em reservas, segundo estudos
Da Redação
Publicado em 30 de janeiro de 2012 às 17h23.
Rio de Janeiro - A Ferrous Resources, mineradora brasileira controlada por fundos de investimento internacionais, busca um parceiro que colabore para viabilizar financiamento de alguns bilhões de dólares para construir mineroduto e porto num dos maiores projetos de minério de ferro no mundo, disse à Reuters o presidente do conselho de administração da companhia, Jório Dauster.
A empresa, sediada em Belo Horizonte (MG), apresentou o projeto de logística ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social ( BNDES ), mas aguarda fechar parceria com sócio estratégico que disponha das garantias necessárias para a obtenção dos recursos, disse Dauster nesta segunda-feira.
"O BNDES conheceu o projeto, achou muito bom mas está proibido de emprestar dinheiro a uma empresa constituída por fundos porque basicamente fundos nao têm garantias a dar", afirmou. "É por isso que buscamos um consórcio, uma empresa ou mais empresas que tenham condições de nos ajudar em um financiamento de longo prazo", acrescentou o executivo.
O projeto da Ferrous, necessário para escoar 25 milhões de toneladas anuais de minério de ferro em sua primeira etapa, tem custo estimado de 5 bilhões de dólares.
Detentora de cinco ativos minerários no Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais, maior região produtora do país, a empresa pode acrescentar mais dois bilhões de toneladas de minério aos já estimados 5,3 bilhões de toneladas em reservas, segundo estudos geológicos realizados recentemente.
Meta de rápido crescimento - Se realizar a meta de vender para mercados internacionais a um ritmo de 25 milhões de toneladas em 2014, e 62 milhões de toneladas anuais em 2016, se tornará uma das quatro maiores exportadoras do mineral no mundo, disse Dauster.
O projeto de logística prevê a construção de um terminal portuário no Espírito Santo e de um mineroduto de 400 quilômetros que atravessará 22 municípios.
"Já temos licença provisória para erguer o mineroduto em 97 por cento de todo o trajeto. Não usamos desapropriação", afirmou o executivo, que foi presidente da Vale no final dos anos 90.
O espaço para transportar minério na única ferrovia disponível é disputado e custa mais de dez vezes o que custaria se fosse escoado por mineroduto, lembrou Dauster.
Criada há quatro anos, a Ferrous é constituída por vários fundos de investimento. A produção atual é de 2 milhões de toneladas, podendo chegar a 4 milhões de toneladas neste ano.
Para angariar fundos para este projeto a empresa já tentou realizar duas vezes uma oferta pública de ações, mas não encontrou condições atraentes nem investidores suficientes para fechar negócio.
BHP e chineses no páreo - Dauster não descarta uma nova tentativa de IPO, mas sinalizou que a solução mais provável para angariar recursos é a parceria com uma empresa capaz de oferecer garantias bancárias para um financiamento, que pode ser do BNDES ou de outro banco de fomento.
Sem querer antecipar negociações e conversas que já estão ou estiveram em andamento, Dauster disse que há potencial para fechar negócio com siderúrgicas e construtoras, bem como outras mineradoras, brasileiras ou estrangeiras. Empresas chinesas também são bem-vindas, disse ele.
A BHP Billiton, a maior mineradora do mundo, é uma das várias empresas que negociam uma parceria estratégica com a Ferrous Resources, disseram recentemente fontes familiarizadas com o negócio. As fontes disseram que compradores chineses também têm manifestado interesse na companhia.
Em 19 de janeiro, a agência de notícias Bloomberg publicou que a Ferrous Resources teria feito uma proposta para assumir o controle da mineradora MMX, controlada por Eike Batista.
Questionada, a MMX sinalizou que existiu proposta, mas que não houve interesse de sua parte.
"A MMX não tem qualquer interesse no projetado negócio", informou a empresa de Eike.
Dauster não comentou as informações acima.
Ferrous e MMX possuem importantes minas de minério de ferro na mesma região, de Serra Azul, no município de Brumadinho e arredores, em Minas Gerais.
O analista Marco Assumpção, do Itaú BBA, avalia que a Ferrous deve continuar procurando um sócio que a ajude a promover a logística necessária para escoar o minério de ferro. Rafael Weber, da Geração Futuro, lembrou recentemente que a MMX tem contrato de transporte de minério com a MRS, que opera a ferrovia por onde o produto é escoado.
Rio de Janeiro - A Ferrous Resources, mineradora brasileira controlada por fundos de investimento internacionais, busca um parceiro que colabore para viabilizar financiamento de alguns bilhões de dólares para construir mineroduto e porto num dos maiores projetos de minério de ferro no mundo, disse à Reuters o presidente do conselho de administração da companhia, Jório Dauster.
A empresa, sediada em Belo Horizonte (MG), apresentou o projeto de logística ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social ( BNDES ), mas aguarda fechar parceria com sócio estratégico que disponha das garantias necessárias para a obtenção dos recursos, disse Dauster nesta segunda-feira.
"O BNDES conheceu o projeto, achou muito bom mas está proibido de emprestar dinheiro a uma empresa constituída por fundos porque basicamente fundos nao têm garantias a dar", afirmou. "É por isso que buscamos um consórcio, uma empresa ou mais empresas que tenham condições de nos ajudar em um financiamento de longo prazo", acrescentou o executivo.
O projeto da Ferrous, necessário para escoar 25 milhões de toneladas anuais de minério de ferro em sua primeira etapa, tem custo estimado de 5 bilhões de dólares.
Detentora de cinco ativos minerários no Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais, maior região produtora do país, a empresa pode acrescentar mais dois bilhões de toneladas de minério aos já estimados 5,3 bilhões de toneladas em reservas, segundo estudos geológicos realizados recentemente.
Meta de rápido crescimento - Se realizar a meta de vender para mercados internacionais a um ritmo de 25 milhões de toneladas em 2014, e 62 milhões de toneladas anuais em 2016, se tornará uma das quatro maiores exportadoras do mineral no mundo, disse Dauster.
O projeto de logística prevê a construção de um terminal portuário no Espírito Santo e de um mineroduto de 400 quilômetros que atravessará 22 municípios.
"Já temos licença provisória para erguer o mineroduto em 97 por cento de todo o trajeto. Não usamos desapropriação", afirmou o executivo, que foi presidente da Vale no final dos anos 90.
O espaço para transportar minério na única ferrovia disponível é disputado e custa mais de dez vezes o que custaria se fosse escoado por mineroduto, lembrou Dauster.
Criada há quatro anos, a Ferrous é constituída por vários fundos de investimento. A produção atual é de 2 milhões de toneladas, podendo chegar a 4 milhões de toneladas neste ano.
Para angariar fundos para este projeto a empresa já tentou realizar duas vezes uma oferta pública de ações, mas não encontrou condições atraentes nem investidores suficientes para fechar negócio.
BHP e chineses no páreo - Dauster não descarta uma nova tentativa de IPO, mas sinalizou que a solução mais provável para angariar recursos é a parceria com uma empresa capaz de oferecer garantias bancárias para um financiamento, que pode ser do BNDES ou de outro banco de fomento.
Sem querer antecipar negociações e conversas que já estão ou estiveram em andamento, Dauster disse que há potencial para fechar negócio com siderúrgicas e construtoras, bem como outras mineradoras, brasileiras ou estrangeiras. Empresas chinesas também são bem-vindas, disse ele.
A BHP Billiton, a maior mineradora do mundo, é uma das várias empresas que negociam uma parceria estratégica com a Ferrous Resources, disseram recentemente fontes familiarizadas com o negócio. As fontes disseram que compradores chineses também têm manifestado interesse na companhia.
Em 19 de janeiro, a agência de notícias Bloomberg publicou que a Ferrous Resources teria feito uma proposta para assumir o controle da mineradora MMX, controlada por Eike Batista.
Questionada, a MMX sinalizou que existiu proposta, mas que não houve interesse de sua parte.
"A MMX não tem qualquer interesse no projetado negócio", informou a empresa de Eike.
Dauster não comentou as informações acima.
Ferrous e MMX possuem importantes minas de minério de ferro na mesma região, de Serra Azul, no município de Brumadinho e arredores, em Minas Gerais.
O analista Marco Assumpção, do Itaú BBA, avalia que a Ferrous deve continuar procurando um sócio que a ajude a promover a logística necessária para escoar o minério de ferro. Rafael Weber, da Geração Futuro, lembrou recentemente que a MMX tem contrato de transporte de minério com a MRS, que opera a ferrovia por onde o produto é escoado.