Evento terá 18 milhões de reais em investimentos no evento e os 90.000 participantes esperados nos seis dias de desfiles (Arquivo/ Contigo)
Da Redação
Publicado em 31 de maio de 2011 às 14h26.
Rio - O Verão 2012 já começou para a moda carioca. A 19ª edição do Fashion Rio está oficialmente aberta, com o tema Universo Tropical. Também começou nesta segunda-feira o Rio-à-porter, onde acontecem os maiores negócios do país no ramo da moda, impulsionados pelos bons ventos que sopram na direção do Rio de Janeiro.
Firjan, SEBRAE, Luminosidade, Prefeitura, ABIT, Oi, Instituto Pereira Passos e Ipanema abriram o Fashion Rio em coletiva com brunch do Aquim Buffet, no Espaço Tom Jobim, entusiasmados com o crescimento galopante dos negócios realizados na moda carioca.
Em números, essa empolgação se traduz nos mais de 18 milhões de reais em investimentos no evento e os 90.000 participantes esperados nos seis dias de desfiles e encontros na zona portuária do Rio.
Paulo Borges, da Luminosidade, uma das organizadoras do evento, assumiu sua animação de iniciante, considerando emblemático o fato de a semana de moda comportar três exposições que misturam história, cultura brasileira, arte clássica e design contemporâneo. A junção de conceitos é a prova de que a moda vai muito além das roupas e acessórios. Moda, para os organizadores do Fashion Rio, é hoje o maior cartão de visitas do Rio de Janeiro, o setor mais promissor, o que emprega mais e melhor.
Para se ter uma ideia do crescimento do setor, há 10 anos, o quilo do produto brasileiro exportado custava 20 dólares, contra os atuais 100 dólares. Segundo Carlos Mariani Bittencourt, a nova assinatura do sistema Firjan - informação, formação e transformação - aponta diretamente para a moda. Várias ações da Firjan, como o Fórum Empresarial da Moda, a realização do Fashion Rio e do Rio-à-porter, que cria as condições para a realização dos negócios e a parceria com o SENAI, para o ensino profissionalizante, fizeram com que, nos 10 anos de Fashion Rio, a moda tenha se tornado o grande empregador do Rio de Janeiro.
De acordo com a Firjan, são 50.000 empregados só nas confecções. O Rio produz 20% de toda a moda do Brasil. Recentemente, a Firjan adquiriu o palacete Linneo de Paula Machado, na Rua são Clemente, 213, em Botafogo, em frente ao Colégio Santo Inácio, onde vai nascer um Centro Cultural voltado para a moda, o design e a criatividade cariocas, o mais novo xodó de Eduardo Eugênio.
Fernando Pimentel, da ABIT, em sua fala, foi além das semanas de moda e seu glamour e apontou a necessidade da criação de políticas macroeconômicas para fomentar a produção na indústria têxtil e na manufatura do município, de forma a alinhar a demanda de qualidade do mercado internacional com a produção carioca. A complexa cadeia produtiva da moda começa no campo e termina no consumidor e o caminho entre um e outro é longo e precisa de desfragmentação. Fernando é veemente ao afirmar que o criador brasileiro precisa ter as mesmas condições de trabalho do cenário mundial, se quer competir de igual para igual.
Cezar Vasquez, do SEBRAE, falou sobre a importância da promoção da marca da moda do Rio, focando nos pólos de confecção e levando empresários a discutir idéias para fortalecer o ambiente produtivo da moda, mesmo fora dos grandes centros de produção. Ricardo Henriques, do Instituto Pereira Passos, destacou o movimento dos pequenos ateliês na inovação e na sofisticação da moda produzida por aqui, ampliando a criatividade para além da moda praia.
Atualmente, o Rio de Janeiro exporta para nada menos que 30 países. A Zona Oeste também tem importância fundamental na indústria carioca, já que tem se revelado a grande produtora de moda para o segmento C e a maior exportadora para o Norte e o Nordeste. Entre as diretrizes do Instituto, a questão ambiental, através da busca de novos materiais, de produtos e meios de produção sustentáveis e o fortalecimento da imagem do Rio de Janeiro como um dos distritos mais criativos do mundo que não se descuida da sustentabilidade. Como ele mesmo disse, “a moda é a praia do Rio de Janeiro”.