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Falconi adquire parte da startup MineHR e acelera investimentos em inteligência artificial

Consultoria tem o objetivo de chegar a 2025 com 30% do faturamento oriundo de soluções e produtos baseados em inteligência artificial e se tornar uma "consultech"

 (Falconi/Divulgação)

(Falconi/Divulgação)

A consultoria Falconi acaba de anunciar a aquisição parcial da MineHR, startup de gestão de pessoas. Embora não divulgue as cifras da transação, segundo a consultoria o investimento inclui tanto capital quanto transferência de conhecimento.

Criada em 2020, a HRtech é voltada para people analytics, ou seja, uso de dados na área de gestão de pessoas e já atende grandes empresas, como Stone, Cogna, OLX e Vivo.

O relacionamento entre Falconi e MineHR, entretanto, é antigo. Em 2021, a consultoria firmou uma joint venture com a startup para oferecer uma ferramenta para gerar dados para a área de Recursos Humanos a fim de reduzir a rotatividade das organizações.

Fernando Ladeira, Diretor de Soluções para Gestão de Pessoas da Falconi: modelo de consultoria como existe hoje entrará em extinção (Luciana Serra, Divulgação./Divulgação)

Fernando Ladeira, Diretor de Soluções para Gestão de Pessoas da Falconi, conta que a primeira versão da ferramenta, batizada de Dahdos, foi desenvolvida internamente, em 2020, para auxiliar na retenção dos próprios funcionários da consultoria.

"Tínhamos uma dor, bastante comum da área de gestão de pessoas, que era ter uma montanha de dados sem saber como usá-los. Desafiei o meu time a criar uma plataforma para organizar essas informações e, a partir disso, gerar insights", afirma.

O time da Falconi, então, criou um modelo que, baseado em informações como o perfil das pessoas que pediram demissão, estilo de liderança, tempo de casa, histórico de promoções, era possível prever a possibilidade de um funcionário deixar a consultoria dentro de três meses.

Como resultado, de 2021 para cá, a rotatividade da Falconi diminuiu em 50%. De olho no potencial do projeto, a consultoria decidiu incorporá-lo ao seu portfólio de produtos e oferecer a ferramenta para o mercado.

"A MineHR já possuía um modelo de people analytics, então, decidimos fazer essa parceria. Embora já tivéssemos desenvolvido o algoritmo era algo caseiro, precisávamos de uma ferramenta que fosse mais robusta", diz Ladeira.

Segundo o executivo, mesmo com a ferramenta ainda em desenvolvimento, conseguiram o primeiro cliente, uma empresa de call center, onde conseguiram reduzir a rotatividade das pessoas com 90 dias de casa em 70%.

A evolução da joint venture para a participação no capital social da empresa foi natural e, juntamente com o investimento na MineHR, a Falconi anunciou também o lançamento oficial da ferramenta para o mercado.

Transformação da Falconi

O investimento na MineHR, é mais um de uma série que a Falconi vem colocando na rua para alcançar o ambicioso objetivo de chegar a 2025 com 30% do faturamento oriundo de soluções e produtos baseados em inteligência artificial.

"Nós acreditamos que o modelo de negócios de consultoria como existe hoje vai deixar de existir. Então, queremos mudar a nossa atuação e nos tornarmos uma consultech, oferecendo serviços com muita tecnologia embarcada", diz Ladeira.

Antes da MineHR, a Falconi já havia lançado a FRST (Falconi Road of Skills & Talents), voltada para desenvolvimento e treinamento de novas competências, além de uma platfaorma de APIs, a Falconi Brain.

De acordo com Ladeira, além de gerar resultados mais rápidos, o uso de tecnologia vai permitir que o serviço de consultoria se torne mais acessível. A Dahdos, por exemplo, tem um custo que varia entre R$ 15 mil e R$ 20 mil para empresas com cerca de 2 mil funcionários.

"Conseguimos trazer escala para o negócio, além de uma receita recorrente, semelhante a uma assinatura", diz.

O executivo não descarta a possibilidade de a Falconi investir ou adquirir outras startups, mas faz questão de salientar que a consultoria também está investindo em um processo de transformação digital da porta para dentro.

"A Inteligência Artificial (IA) é a grande aposta da Falconi para o presente e, claro, para o futuro. Nesse cenário, foram feitos robustos investimentos nos últimos anos, sejam financeiros ou intelectuais, para desenvolver o uso de people analytics dentro das áreas de RH", diz Viviane Martins, CEO da Falconi.

Exemplo disso é o reforço na equipe de tecnologia que, só entre 2021 e 2022, cresceu 521%. "Esse time de desenvolvedores, cientistas de dados, engenheiros de softwares trabalham em squads dentro das unidades de consultoria da Falconi, a ideia é que eles não atuem apartados, mas contaminem a companhia com essa mentalidade digital e de inovação", completa Ladeira.

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