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A responsabilidade do ponto de vista ambiental, social e de governança é uma meta buscada cada vez mais por empresas e investidores. Veja por quê

ESG: investidores e consumidores passaram a cobrar mais posicionamento das empresas (Robert Srob/Getty Images)

ESG: investidores e consumidores passaram a cobrar mais posicionamento das empresas (Robert Srob/Getty Images)

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Publicado em 25 de outubro de 2021 às 09h00.

Última atualização em 25 de outubro de 2021 às 10h51.

Nos últimos anos, o tema ESG passou a dominar os discursos, as ações, as estratégias e o noticiário. Questões ambientais, sociais e de governança, que formam a sigla em inglês, já estavam na pauta de algumas empresas líderes em seus setores, mas vimos a agenda se tornar cada vez mais urgente para empresas, investidores e consumidores.

Se no passado o foco, para muitos, era  garantir o retorno ao acionista e o relacionamento com as comunidades e o meio ambiente eram abordados como uma questão desejável, mas secundária, agora o cenário mudou e as empresas são cobradas a entregar ações concretas, integradas e mensuráveis com práticas ESG embarcadas também no negócio.

“Sabemos o quanto mudou o entendimento de todos sobre o quanto as questões relacionadas à transparência, à boa gestão, à responsabilidade social e ambiental são fundamentais para o crescimento sustentável de qualquer companhia ou negócio”, afirma Ana Buchaim, diretora-executiva de Pessoas, Marketing, Comunicação e Sustentabilidade da B3.

Processo Evolutivo

Na opinião da executiva da bolsa do Brasil, o que motiva uma companhia a olhar sua jornada ESG também passa pela mitigação de risco operacional, pelos avanços regulatórios e pelo custo de capital. “Os investidores e os consumidores também passaram a cobrar cada vez mais posicionamento das empresas e a valorizar aquelas com bons indicadores ESG, seja na hora de consumir um produto, seja na hora de escolher um papel para colocar em seu portfólio de investimento”, destaca.

Para Ana Buchaim essa mudança não acontece do dia para a noite, mas é preciso que as empresas se conscientizem e deem o primeiro passo. “Ser uma companhia alinhada às melhores práticas ESG é uma construção, é um processo evolutivo que precisa estar conectado à estratégia de negócio para ser efetiva e acontecer. Engajar a alta liderança é parte fundamental do processo”, diz Buchaim.

Segundo ela, todas as ações ESG de uma companhia precisam ser reportadas para que elas tenham visibilidade junto aos investidores que exigem cada vez mais transparência nas informações e coerência em seus posicionamentos. “O mercado ganha quando as empresas mapeiam e tornam públicos não apenas os impactos que causam mas também seus compromissos para mitigá-los. A transparência ajuda os investidores a entender o contexto, os potenciais riscos e a acompanhar a evolução das empresas”, pondera.

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Os três pilares

Ciente da importância do conceito ESG, a B3 sustenta o compromisso em promover as melhores ações em sustentabilidade, que gera valor no longo prazo para acionistas e demais stakeholders. “Temos um plano ESG pautado em três pilares: ser uma companhia alinhada às melhores práticas de sustentabilidade; induzir boas práticas ESG no mercado brasileiro e fortalecer o portfólio de produtos ESG atual e desenvolver novos mercados”.

Pela própria natureza do negócio da empresa, essas práticas são traduzidas em ações transversais, que refletem tanto em práticas internas quanto no incentivo e no auxílio a outras empresas a se comprometerem com o desenvolvimento sustentável.

As emissões de carbono da companhia, por exemplo, são compensadas desde 2011, além da B3 fazer parte do ICO2 B3 e estar listada no Novo Mercado. Em relação ao desenvolvimento social e ao olhar para a sociedade, em 2020, a B3 realizou mais de 80 ações no tema diversidade e inclusão e beneficiou mais de 700.000 pessoas com ações de combate à covid-19.

“A pandemia mostrou que a crise ganha proporções ainda maiores quando a humanidade está ameaçada e que questões sobre equilíbrio e respeito passam a ter ainda mais relevância. Cuidar das questões ambientais, das pessoas e das relações pode ser a nova forma de perpetuar uma atividade e tornar a empresa relevante, responsável e, por consequência, mais longeva”, explica a executiva da B3.

O olhar da sustentabilidade no negócio

A B3 foi a primeira bolsa de valores do mundo a aderir ao Pacto Global da Organização das Nações Unidas e, recentemente, foi pioneira em também emitir um Sustainability Linked Bond (SLB) vinculado a metas de diversidade e inclusão.

Com isso, a empresa assumiu publicamente o compromisso de criar um índice de diversidade até 2024, ajudando a fomentar a diversidade nas companhias brasileiras, e de ampliar para 35% a presença de mulheres em cargos de liderança da própria B3 até 2026.

Mas o trabalho da bolsa com a agenda começou antes. Desde 2018, mantém Núcleos de Diversidade, formado por funcionários de todos os cargos, para discutir as pautas relacionadas a cada um dos cinco grupos de interesse: gênero, raça e etnia, pessoas com deficiência, LGBT+ e gerações.

ISE B3

Com relação ao mundo dos investimentos, foi pioneira em criar, em 2005, o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3), que logo se tornou uma importante ferramenta para mapear as práticas ESG e a evolução delas na agenda. E, desde então, passou por uma série de mudanças na metodologia, que aumentam a régua de exigência de informações que as empresas precisam fornecer e entregam para o investidor uma ferramenta mais intuitiva e transparente para análise das iniciativas, permitindo inclusive a formação de rankings e comparações entre empresas e setores.

“Essa evolução é o resultado dessa grande transformação que o mundo dos negócios está passando e como as companhias brasileiras estão, sim, interessadas em mensurar suas práticas, que tanto pode ajudá-las a identificar questões relevantes para o seu negócio e para a gestão de risco”, finaliza Buchaim.

 

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