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Eztec planeja lançar mais três empreendimentos em 2015

A construtora e incorporadora estuda ampliar o financiamento direto a clientes para fugir da desaceleração no setor imobiliário causada pela escassez de crédito


	Projeto da Eztec: na semana passada, a empresa separou 100 milhões de reais da reserva de capital para financiar imóveis prontos
 (Divulgação)

Projeto da Eztec: na semana passada, a empresa separou 100 milhões de reais da reserva de capital para financiar imóveis prontos (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 23 de junho de 2015 às 20h35.

Rio de Janeiro - A construtora e incorporadora Eztec estuda ampliar o financiamento direto a clientes para fugir da desaceleração no setor imobiliário provocado pela escassez de crédito, enquanto se prepara para lançar mais três empreendimentos em 2015.

Na semana passada, a empresa separou 100 milhões de reais da reserva de capital para financiar imóveis prontos, em momento de alta dos juros e maior restrição de crédito bancário.

Os financiamentos têm prazo de 150 meses, com taxa de 9,99 por cento ao ano mais Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mediante entrada de 20 por cento do valor do imóvel.

A medida veio num momento em que as construtoras buscam alternativas para reduzir o elevado volume de estoques de imóveis acumulado nos últimos anos, ao mesmo tempo em lutam para cortar despesas. A Eztec terminou março com estoque de imóveis avaliado em 1,26 bilhão de reais.

"Agora o foco é trabalhar com a nossa imobiliária própria toda a venda de estoques", disse à Reuters o diretor financeiro e de Relações com Investidores da Eztec, Emílio Fugazza.

"Isso está ajudando a gente a mudar um trimestre que parecia de baixo de volume para uma recuperação", afirmou, admitindo a possibilidade de o financiamento direto mais adiante também envolver imóveis comerciais e unidades em construção. Diferentemente da abordagem mais frequente no setor, a companhia preferiu não oferecer descontos, mas estuda "entregar mais pelo mesmo preço", oferecendo itens como piso ou armários.

O sindicato da habitação Secovi-SP espera recuo de 15 a 20 por cento nas vendas de imóveis novos em relação a 2014. Para os lançamentos, a previsão é de queda de 23 a 25 por cento.

LANÇAMENTOS

De todo modo, a Eztec também tem levado adiante a agenda de novos empreendimentos. Na última semana, fez um lançamento em Osasco (SP) com Valor Geral de Vendas (VGV) de 600 milhões de reais. Das 1.500 unidades, 20 por cento já foram vendidas. Três projetos devem ser lançados na capital paulista a partir de agosto. Não há decisão sobre outros lançamentos em 2015.

"Minha vontade é ter além disso em 2015, mas vai depender um pouco de velocidade de vendas do estoque", disse Fugazza. "Esses três projetos temos chances muito claras de lançar, porque a gente enxerga este público comprador", afirmou.

Tida como uma das empresas mais lucrativas do setor, a Eztec viu seu lucro crescer 39 por cento no primeiro trimestre na comparação anual. A receita líquida subiu 10 por cento, na mesma base de comparação, mas os lançamentos caíram 84 por cento.

"Temos tentado administrar o negócio de forma condizente com a produção", disse o diretor da empresa.

Segundo ele, a Eztec cortou 10 por cento das despesas em agosto do ano passado e mais 10 por cento em abril, além de ter renegociado contratos administrativos e de obras. Hoje, a Eztec tem 350 empregados administrativos e cerca de 800 trabalhadores em obras.

CAIXA POSITIVO

As entregas de imóveis em 2015 serão as maiores da história da Eztec, superando as quase 3 mil unidades de 2014. Todas as 4.377 unidades lançadas em 2012 devem ser entregues neste ano, de acordo com Fugazza.

"Com isso, tenho um trabalho de repasse e de geração de caixa muito forte", disse o executivo. A Eztec tinha posição de caixa líquido de 311,2 milhões de reais no fim do primeiro trimestre, ante caixa negativo de 272 milhões de reais em dezembro.

Apesar do alto volume de entregas, o executivo não acredita em alta significativa dos cancelamentos de contratos. O patamar atual dos distratos é de 18 por cento, ante nível histórico de 15 por cento da companhia. "A posição de caixa deve ser mantida com tranquilidade neste ano, que deve marcar a volta à posição de caixa líquido mesmo pagando mais dividendos", disse.

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