Negócios

A ex-cortadora de cana que ficou milionária vendendo joias na internet

A empreendedora Sabrina Nunes já vendeu cosméticos, picolé e também foi cortadora de cana; hoje é proprietária da Francisca Joias, e-commerce de semijoias que deve faturar R$ 10 milhões em 2023

Sabrina Nunes, fundadora da Francisca Joias (Francisca Joias/Divulgação)

Sabrina Nunes, fundadora da Francisca Joias (Francisca Joias/Divulgação)

A história de Sabrina Nunes prova que, muitas vezes, o sucesso no empreendedorismo pode vir só depois de sucessivas tentativas frustradas de manter um negócio de pé. Desde jovem, ela já vendeu CDs, picolés, cosméticos e atuou como revendedora de todo tipo de produto. Hoje, é proprietária da Francisca Joias, um e-commerce de semijoias que em 2022 faturou R$ 8 milhões.

“Sempre fiz de tudo que aparecia. O importante era tentar e, a cada nova tentativa, aprender mais sobre como vender qualquer tipo de coisa”, lembra Nunes.

Quem é a empreendedora

Natural de Itinga, cidade de pouco mais de 15 mil habitantes na região rural de Minas Gerais, Nunes começou a trabalhar logo cedo para ajudar nas contas de casa. Desde os 14 anos, as muitas tentativas como vendedora tiveram, em partes, esse propósito. Aos 18 anos, foi mãe pela primeira vez.

Assine a EMPREENDA e receba, gratuitamente, uma série de conteúdos que vão te ajudar a impulsionar o seu negócio.

Sem medo de arriscar e em busca de melhores oportunidades para ela e sua filha, Nunes se mudou, aos 21 anos, para a cidade de Maracaju, no Mato Grosso do Sul — onde trabalhou por um breve período como cortadora de cana-de-açúcar. “Era um trabalho pesado, exaustivo, mas por lá, tinha de sobra. Eu fazia o que tinha de ser feito”, diz.

Sem formação profissional e longe das grandes metrópoles, Nunes decidiu anos depois que era hora de arriscar novamente — dessa vez no Rio de Janeiro, onde morava sua irmã. Na capital carioca, entrou para a faculdade para cursar engenharia de produção, em 2008. “Nessa época eu trabalhava como garçonete, ambulante na praia e revendia semijoias. Tudo para pagar a mensalidade do curso”, diz. A intenção, no final do dia, era poder fincar suas bases de forma definitiva, criando estabilidade para a filha, que havia ficado em Minas Gerais.

Como ela ficou milionária

A ideia para a criação de um novo negócio surgiu em um dos longos trajetos de ônibus percorridos diariamente — Nunes costumava levar até 4 horas da faculdade até sua casa. Foi num desses percursos, enquanto lia uma revista, que conheceu a história de uma empresária que vendia joias na internet e faturava cerca de R$ 5 mil por mês, num daqueles casos de empreendedores bem-sucedidos que vêm a público. “Na minha cabeça, aquilo seria o suficiente para trazer a minha filha para morar comigo”, diz.

O pontapé para o negócio veio com a compra de algumas semijoias para revender por meio de marketplaces na internet. “Posso dizer que tudo começou com aqueles R$ 50 que investi nisso”, brinca.

Mesmo sem dominar técnicas digitais de venda, Nunes abriu seu próprio site, e passou a ser responsável por todas as ações de marketing do negócio. Desse esforço nasceu, em 2012, a Francisca Joias, em referência ao nome de sua avó.

Única à frente da loja virtual, Nunes era responsável por tirar as fotos, cadastrar os produtos e atender os consumidores, além de realizar as ações de mídia, como anúncios e tráfego pago. “Enxerguei a oportunidade que surgia ali com o digital. Acredito que isso é uma habilidade”, diz. “Passei a alcançar muita gente com essas ações de marketing, isso deu fôlego ao negócio”.

Impulsionado pela ascensão das redes sociais, o e-commerce decolou em pouco tempo. Agora, para manter o crescimento, a ideia é aproveitar o bom momento de novas plataformas de conteúdo, com ações como a publicação de conteúdos no TikTok e parcerias com influenciadores digitais — a Francisca Joias já tem coleções com nomes como Bianca Andrade, Franciny Ehlke e Gkay.

A estratégia já mostra seus resultados. Em 2022, a Francisca Joias vendeu pelo menos 500 peças por dia, e fechou o ano com receita de R$ 8 milhões. Nas redes sociais, a loja conta com mais de 1 milhão de seguidores. Para este ano, o objetivo é faturar R$ 10 milhões.

Para a empreendedora, o sucesso do negócio está na preocupação em se manter antenada às tendências no universo das vendas digitais. “O segredo está em ficar de olho no que há de mais novo no marketing digital. Olhar menos o produto e mais para como vendê-lo", diz.

VEJA TAMBÉM

Três empreendedoras que superaram desafios e hoje lideram empresas milionárias

Órfã devido a diagnósticos errados, ela criou startup que ajuda médicos na avaliação de pacientes

Acompanhe tudo sobre:Aladas-na-ExameEmpreendedorismoempreendedorismo-feminino

Mais de Negócios

Uma vaquinha de empresas do RS soma R$ 39 milhões para salvar 30.000 empregos afetados pela enchente

Ele fatura R$ 80 milhões ao transformar gente como a gente em palestrante com agenda cheia

A nova estratégia deste grupo baiano para crescer R$ 1 bilhão em um ano com frotas

Experiente investidor-anjo aponta o que considera 'alerta vermelho' ao analisar uma startup