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Ex-CEO da WeWork deixa de ser bilionário após Softbank desistir de ações

Conglomerado japonês desistiu de uma oferta pública de aquisição de 3 bilhões de dólares em ações adicionais da empresa

Adam Neumann: fundador da empresa foi afastado da presidência em setembro de 2019 (Eduardo Munoz/File Photo/Reuters)

Adam Neumann: fundador da empresa foi afastado da presidência em setembro de 2019 (Eduardo Munoz/File Photo/Reuters)

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Carolina Ingizza

Publicado em 2 de abril de 2020 às 16h30.

O antigo presidente da WeWork não é mais um bilionário. O fundador da companhia, Adam Neumann, perdeu boa parte do patrimônio após um anúncio do Softbank. O conglomerado japonês desistiu de uma oferta pública de aquisição de 3 bilhões de dólares em ações adicionais da WeWork, apesar de acordo feito no ano passado com acionistas, agravando ainda mais a crise da empresa de escritórios compartilhados. 

O plano inicial do Softbank, após a WeWork desistir da sua abertura de capital, previa a compra de 970 milhões de dólares em ações de Neumann — afastado da presidência da empresa desde setembro do ano passado. Agora, com o cancelamento da compra, o ex-presidente fica com ações que valem bem menos do que o valor que o Softbank estava disposto a pagar, segundo análise da agência Bloomberg.

De acordo com o índice de bilionários da Bloomberg, o patrimônio de Neumann encolheu 97% em menos de um ano. É estimado que ele tenha perdido cerca de 13,5 bilhões de dólares, ficando com um total de aproximadamente 450 milhões. 

O Softbank disse, em um comunicado, que devido ao seu dever com os acionistas não poderia mais continuar com a transação. O grupo citou investigações criminais e civis na startup, o fracasso da WeWork em reestruturar uma joint venture na China e o impacto da pandemia de coronavírus no negócio da empresa como justificava para a retirada.

Um comitê especial do conselho da WeWork disse que estava decepcionado e está considerando "todas as suas opções legais, incluindo litígios". Com a decisão, o Softbank não é mais obrigado a prosseguir com o financiamento de dívidas de 1,1 bilhão de dólares para a WeWork. 

Isso também destacou a profundidade do caos na WeWork, que está passando por uma reestruturação drástica e cujos resultados estão em risco, pois muitos países estão mandando a população ficar em casa devido à pandemia. "A WeWork está com problemas reais e a saída do SoftBank da compra de ações piora substancialmente a situação", escreveu Richard Windsor, analista independente, em nota, segundo a Reuters.

O próprio SoftBank está sob crescente tensão financeira, com suas apostas em empresas de tecnologia sendo pressionadas pelo investidor ativista Elliott Management, o que levou a empresa a fazer uma promessa radical de levantar 41 bilhões de dólares com venda de ativos para arrecadar dinheiro para recompras de ações e reduzir a dívida.

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