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Euforia com o Brasil? Multinacional brasileira foca em compras no exterior

Stefanini está de olho em companhias na Europa para expandir ainda mais sua atuação internacional

Marco Stefanini, do grupo Stefanini: empresa, que opera na América do Norte, América Latina, Europa e Ásia, já tem quase 60% de seu faturamento na operação fora do Brasil (Stefanini/Divulgação)

Mariana Fonseca

Publicado em 3 de dezembro de 2018 às 11h00.

Última atualização em 3 de dezembro de 2018 às 11h09.

Em tempos de euforia renovada com a economia brasileira para 2019, a empresa de tecnologia Stefanini está de olho no exterior. A multinacional brasileira de softwares e consultoria vai investir nos próximos 3 anos de 300 milhões a 500 milhões de reais na aquisição de novas empresas por aqui e no mundo. O CEO global da companhia brasileira, Marco Stefanini, afirma que no início de 2019 irão anunciar a aquisição de uma empresa de tecnologia na Europa.

“Não temos um orçamento fechado para aquisições. Somos uma empresa que não tem dívidas e com isso temos um ‘elástico’ no cheque, e ele é grande. Se o negócio for bom, vamos comprar. E se o investimento for maior do que temos disponível, podemos ir ao mercado. Tudo depende do negócio”, diz Stefanini.

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Segundo ele, nos últimos quatro anos, a companhia não realizou nenhum negócio de peso no país que despendesse de um investimento alto. “As aquisições que fizemos no Brasil foram de pequenas empresas, startups, e são aportes menores. Então temos fôlego e apetite, principalmente pelo mercado internacional”, afirmou o executivo.

A companhia anunciou nesta sexta-feira, 30, a aquisição da startup Intelligenti, especializada em soluções de gestão jurídica. A empresa, que tem menos de um ano de vida, já conquistou clientes de peso, o que atraiu a Stefanini.

“Tem um potencial enorme de crescimento. Para se ter uma ideia, dois dos cinco maiores bancos brasileiros já têm as soluções da Intelligenti em suas operações”, disse o executivo sem revelar o valor do investimento acrescentando que é um aporte pequeno.

Faturamento cresce com exterior

A empresa, que opera na América do Norte, América Latina, Europa e Ásia, já tem quase 60% de seu faturamento na operação fora do Brasil. “A meta é chegar a 70% nos próximos anos. Estamos caminhando para isso.”

Neste ano, a Stefanini deverá apresentar uma receita de 3 bilhões de reais, um aumento de 7% em relação a 2017, quando faturou 2,8 bilhões de reais. De acordo com dados da companhia, das regiões em que a atua a que mais cresceu foi a América Latina (excluindo o Brasil) com evolução de 25% no comparativo com o ano anterior. A empresa inaugurou dois escritórios na região, na Argentina e no Peru, nesse segundo semestre.

“No Brasil, vivemos cinco anos de crise econômica e tivermos que ser criativos para criar soluções e otimizar os nossos custos. Foi difícil fazer negócio por aqui. É um trabalho de formiguinha e os resultados são colhidos um ano depois”, afirmou o executivo.

No Brasil, o crescimento do faturamento se manteve próximo ao do ano passado. Mas, para este ano, Stefanini está otimista. Segundo ele, o governo de Jair Bolsonaro, que tem Paulo Guedes como um dos seus principais expoentes, poderá promover crescimento econômico e tirar o país da recessão.

“A equipe formada por Bolsonaro, principalmente a econômica, nos passa uma perspectiva positiva para os próximos anos. O antigo modelo econômico já havia se exaurido, precisávamos de uma renovação. Acredito mais no modelo liberal com menos intervenção do estado. A alternância de poder é importante. Por isso, acreditamos que em 2019, podemos evoluir nossa receita em pelo menos 2 dígitos, com a expansão internacional e a melhora do ambiente de negócios no Brasil”, ressaltou Stefanini.

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