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Eternit publica balanço um mês após pedido de recuperação judicial

ÀS SETE - A quase octogenária fabricante de telhas publica seus resultados do 4º trimestre em um dos períodos mais conturbados de sua história

Eternit: investimentos errados, crise econômica e divergência de acionistas levaram a empresa ao fracasso (Eternit/Divulgação)
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Da Redação

Publicado em 16 de abril de 2018 às 05h22.

Última atualização em 16 de abril de 2018 às 07h01.

A quase octogenária fabricante de telhas Eternit publica seus resultados do quarto trimestre nesta segunda-feira em um dos períodos mais conturbados de sua história. No dia 20 de março a companhia entrou com um pedido de recuperação judicial, que foi aprovado em uma assembleia de acionistas na semana passada.

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Nos últimos anos a Eternit viu seus resultados caírem por conta de a investimentos errados, crise econômica e divergência de seus acionistas. A companhia acumulou um prejuízo de 46,6 milhões de reais nos nove primeiros meses do ano passado.

Somou-se a isso a decisão tomada no fim do ano passado pelo Supremo Tribunal Federal de proibir a substância que sempre foi a matéria-prima de suas telhas: o amianto. Com a substância, a companhia virou líder da fabricação de telhas no país e uma das maiores exportadoras de amianto do mundo.

Um dia antes da decisão do Supremo, a companhia já havia anunciado o objetivo de substituir o amianto totalmente até o fim deste ano. Para isso, colocou sua fábrica de polipropileno — substância alternativa ao amianto — em Manaus para operar a 100% da capacidade.

Conhecida como boa pagadora de dividendos, a companhia tem sofrido uma queda de suas ações. O anúncio da recuperação judicial só piorou a situação: a empresa perdeu cerca de 48 milhões de reais em valor de mercado desde o anúncio. Se no auge, em 2013, a empresa era avaliada em 751,5 milhões de reais, o valor agora é de 127 milhões de reais.

Por último, a companhia responde a casos de danos morais de trabalhadores que foram vítimas da contaminação com o amianto. Atualmente há quatro ações públicas ajuizadas contra a companhia e três inquéritos civis.

O caso mais grave para a empresa é uma ação pública da cidade de Bom Jesus da Serra, na Bahia. No caso, julgado em agosto do ano passado, a Justiça Federal condenou a subsidiária Sama a pagar 500 milhões de reais por danos — quatro vezes o valor de mercado da Eternit. A ver se os números desta segunda trazem algum alento para os investidores.

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