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Dez/2010: Estatal chinesa compra 7 concessionárias elétricas brasileiras

Empresa se encarregará de uma rede de 3.173 km de linhas de transmissão de 500 Kv nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás

Pacotão: a chinesa State Grid Corporation of China (SGCC) adquiriu sete empresas de distribuição de energia elétrica por 1 bilhão de dólares (Arquivo/EXAME)

Pacotão: a chinesa State Grid Corporation of China (SGCC) adquiriu sete empresas de distribuição de energia elétrica por 1 bilhão de dólares (Arquivo/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 21 de dezembro de 2010 às 18h39.

Última atualização em 6 de abril de 2020 às 09h23.

Pequim - A empresa pública chinesa State Grid Corporation of China (SGCC) adquiriu sete empresas de distribuição de energia elétrica brasileiras por um bilhão de dólares, na última de uma série de fortes apostas no aumento do consumo de energia na América Latina, em face do rápido crescimento da economia da região.

A aquisição foi anunciada esta terça-feira em comunicado da Comissão Chinesa para a Supervisão e a Administração de Ativos Estatais.

Segundo a fonte, a Grid também obteve uma concessão de 30 anos para a exploração da energia brasileira e outras infraestruturas no sudeste brasileiro, densamente povoado.

De acordo com os termos do contrato, as autoridades brasileiras podem renovar a licença por outros 20 anos adicionais.

Segundo informações fornecidas em seguida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), as setes transmissoras compradas são Serra Paracatu Transmissora de Energia; Ribeirão Preto Transmissora de Energia; Poços de Caldas Transmissora de Energia; Serra da Mesa Transmissora de Energia; Itumbiara Transmissora de Energia; Expansion Transmissão Itumbiara Marimbondo e Expansion Transmissão de Energia Elétrica, ativas no sudeste e no centro-oeste do país. De acordo com a Aneel, no país opera um total de 85 distribuidoras de energia.

No total, a estatal chinesa se encarregará de uma rede de 3.173 km de linhas de transmissão de 500 Kv nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás (centro-este), segundo comunicado do grupo Pena, de capital espanhol.

A Grid confirmou que a aquisição engloba as filiais brasileiras do consórcio de empresas integrado pelas espanholas Cobra, Elecnor e Isolux.

"O Brasil conta com um ambiente político estável, grande potencial de desenvolvimento e um mercado imenso, com uma demanda elétrica que aumenta rapidamente", afirma o comunicado.

Está previsto que a aquisição da estatal Grid favoreça o acesso das companhias chinesas a projetos brasileiros e desenvolva a exportação para o próspero mercado sul-americano, segundo a fonte.

A Comissão para a Supervisão e Administração dos Ativos Estatais espera que a aquisição gere mais de 110 milhões de dólares de lucros anuais.

As companhias chinesas se inclinaram por investir na América do Sul ante as poucas barreiras ao investimento, o rápido desenvolvimento econômico da região e a crescente demanda energética.

O Brasil, principal economia da América Latina, deve crescer 7,7% este anos, segundo a Barclays Capital.

A Barclays também prognostica para 2010 um crescimento de 10,6% na Argentina, de 5,7% no Chile e de 8,9% no Peru. Porcentagens que contrastam com sua previsão de 2,8% para os Estados Unidos.

Em outubro, o grupo petroleiro espanhol Repsol anunciou a venda de 40% de sua filial brasileira Repsol Brasil ao grupo chinês China Petrochemical Corp. por 7,1 bilhões de dólares.

A Sinopec, líder asiática de refinamento, anunciou este mês a compra do braço argentino da americana Occidental Petroleum Corporation por 2,45 bilhões de dólares.

E há menos de duas semanas a filial internacional da China National Offshore Oil Company e a Bridas Energy Holdings acertaram pagar à BP 7,06 bilhões de dólares por sua participação de 60% na argentina Pan American Energy LLC.

A entrada de capital chinês na América Latina não implica apenas o setor energético; o colosso asiático multiplicou ultimamente seus investimentos na mineração e hidrocarbonetos, assim como em infraestruturas ferroviárias e siderurgia, reforçando e diversificando dessa maneira sua presença.

Entre todos os países, o Brasil é de longe seu principal objetivo.

"Mais de 50% das oportunidades de investimentos chineses na América Latina estão concentradas no Brasil", declarou em setembro à AFP Gerardo Mato, chefe da divisão latino-americana do banco HSBC, durante o fórum de investimentos China-América Latina celebrado em Pequim.

(Com a Dow Jones Newswires)

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