Essa startup quer medir a saúde de funcionários das empresas e captou R$ 5 milhões
No mercado há poucos meses, a Oliv-e desenhou um serviço que conecta IA a teleconsultórios e totens para cuidar de saúde primária dos funcionários das companhias
Repórter de Negócios
Publicado em 29 de abril de 2024 às 16h40.
Última atualização em 29 de abril de 2024 às 17h21.
Em operação há poucos meses, a Oliv-e chegou ao mercado com a ideia de trazer mais conhecimento às empresas sobre a saúde dos funcionários. Uma dor no setor e um problema para o qual os planos de saúde não conseguiram resolver ao longo dos anos.
No modelo desenhado pela startup para entregar o serviço de saúde primária, estão teleconsultórios e totens de autoatendimento de saúde instalados em empresas. Nos primeiros, estruturados em cabines de 2 metros quadrados, os usuários fazem a leitura de sinais vitais em tempo real e têm privacidade para a realização de consultas.
Já os totens permitem triagens ou check-ups de saúde, com a captura de sinais vitais e a digitalização de documentos, a partir de ferramentas de inteligência artificial.
Como funciona o negócio
Em ambos os casos, os dados são conectados aos sistemas de gestão da área de recursos humanos das companhias, que podem usar as informações para promover ações preventivas e zelar por um ambiente mais saudável. No pouco tempo de vida, a startup conta no portfólio com 100 clientes, como Tem Saúde, Mercer Marsh e Leve Saúde, nos quais alocou 120 dispositivos.
A startup tem na operadora Claro a principal parceira de uma terceira linha de receita, um cartão de benefícios em que oferece descontos em medicamentos e exames. Entre os serviços, estão ainda consultas de telemedicina ilimitadas, e presenciais, com cobrança a partir de R$ 50,00. Atualmente, mais de 120 mil usuários usam o programa, número que a startup pretende elevar para 300 mil até dezembro.
Para dar a escala ao modelo, a Oliv-e captou R$ 5 milhões, em rodada seed coberta pelo fundo Revolution, veículo da gestora Oasis Ventures. É o segundo aporte da Oliv-e, que começou com R$ 800 mil, um pré-seed com dinheiro dos próprios sócios e de investidores-anjo.
“Nós temos a necessidade de caixa para escalar a quantidade de dispositivos instalados nos clientes, tanto cabines quanto os totens, porque nós pagamos por eles antecipadamente e recebemos um valor mensal dos nossos clientes. O payback vem ao longo do ano”, afirma João Furlan, um dos fundadores e diretor de inovação da Oliv-e. A expectativa é de que o negócio encerre o ano com 150 dispositivos em funcionamento.
Qual é o futuro do negócio
O empreendedor criou o negócio com outros quatro sócios: Lucilio Saraiva, Marcos Peano e Gonçalo Eiró, executivos com os quais compartilha outras experiências no mercado de trabalho. De acordo com Furlan, os recursos serão usados também para o desenvolvimento de funcionalidades para avançar em setores para além do corporativo.
“Um dos novos mercados que estamos desenvolvendo com o aporte é o desenvolvimento do hardware para bioimpedância e eletrocardiograma. São produtos que vão beneficiar não apenas os nossos potenciais clientes, com totens e cabines, mas abrem um mercado muito grande em academias e clínicas de nutricionistas”, afirma Furlan.
Outra tecnologia em construção é de análise facial, com a identificação de manchas e rugas do rosto, o que pode abrir caminho para a oferta de produtos em redes de farmácias. A intenção é contribuir para aumentar o maior fluxo aos locais. “Isso pode significar aumento de venda e também do tíquete médio”, diz.
O negócio está estruturado por um modelo de cobrança mensal, costurado por contratos de dois anos, incluindo tanto o equipamento quanto os atendimentos. No caso dos cartões de benefícios, a startup cobra um valor mensal por cartão ativo nas empresas ou nos clientes da Claro — aqui, no valor de R$ 30,00. Neste primeiro ano, a Oliv-e estima um faturamento de R$ 5 milhões.
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