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Esta marca de cuidados para pele nada contra a corrente e cresce 4x no ano

A marca cocriada pela influenciadora Julia Petit nasceu no ambiente digital e é voltada para produtos de cuidado para pele

(Sallve/Divulgação)

Karin Salomão

Publicado em 28 de novembro de 2020 às 10h31.

Última atualização em 30 de novembro de 2020 às 18h14.

A Sallve decidiu apostar contra a corrente, em um pequeno nicho de mercado e sem presença no mundo físico. A marca cocriada pela influenciadora Julia Petit nasceu no ambiente digital, já fazia propaganda antes mesmo do lançamento do primeiro produto e é voltada para produtos de cuidado para pele, uma das menores categorias no mercado de higiene e beleza. Daniel Wjuniski e Marcia Netto também são cofundadores.

Apesar da aposta em um nicho, o negócio cresceu e chamou a atenção do mercado. A Sallve já recebeu 60 milhões de reais em aportes de investidores como a Kaszek, investidora de startups como Loggi, Nubank, Quinto Andar, Creditas, Gui Bolso entre outras, e tem grandes executivos do mercado de beleza em seu conselho e na diretoria. A projeção é fechar 2020 com faturamento 4 vezes maior que 2019 - a empresa não abre o valor.

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"O mercado é dominado por grandes empresas, mas há uma geração nova de consumidores que buscam marcas às quais se sentem pertencentes", diz Daniel Wjuniski, presidente e cofundador da empresa.

A Sallve teve rodadas de investimento que totalizam 60 milhões de reais, com investidores como Astella, Canary, Kaszek e Waldencast. Os investimentos ajudaram a empresa a atrair nomes de peso para seu quadro de diretores. Michel Brousset, presidente da Waldencast e ex-presidente da L’Oréal América do Norte, faz parte do conselho da Sallve,. por exemplo.

Carlos Vanzo Jr, diretor de pesquisa e desenvolvimento, era vice-presidente de pesquisa e desenvolvimento da Coty, dona de marcas como OPI, Wella, Monange, entre outras, e tem passagem pela Hypera e Unilever. Bianca Pi assumiu o cargo de diretora de marketing depois de trabalhar na L´Oréal por 14 anos. Ela foi diretora da marca Kerastase e liderou a Maybelline, entre outros projetos.

Cofundadores da Sallve: Daniel Wjuniski, Julia Petit, Márcia Netto (Sallve)

Até o começo do ano, a empresa tinha apenas três produtos em seu portfólio. O primeiro item, um antioxidante hidratante, foi lançado há um ano e meio. "Lançamos um produto para simplificar a rotina. O antioxidante é completo, desincha, combate a oleosidade e hidrata", diz Petit, diretora de criação da empresa. Agora, o plano é chegar a oito produtos até o final do ano. Entre os lançamentos estão um tônico, hidratante labial e bálsamo demaquilante. O próximo lançamento será um dermocosmético.

Aposta no nicho digital

Ainda que as vendas digitais no mercado de higiene e beleza correspondam a apenas 7,3% do total, os fundadores acreditam que a marca só poderia nascer nesse ambiente. A pandemia impulsionou as vendas digitais do segmento, e entre janeiro e agosto, a categoria campeã em vendas foi Beleza e Perfumaria, que apurou receita 107,4% maior do que no ano passado e atingiu um faturamento de 2,11 bilhões de reais, segundo a Abcomm.

O contato constante com os consumidores, possível dessa forma no mundo digital, é o grande diferencial da empresa, dizem os cofundadores. "O mercado é dominado por grandes empresas, mas há uma geração nova de consumidores que buscam marcas às quais se sentem pertencentes", diz Daniel Wjuniski, presidente e cofundador da empresa.

O cocriador da empresa, Daniel Wjuniski, já atua com negócios digitais há 20 anos. Trabalhou na Webmotors, em 2004 fundou o Dieta e Saúde, serviço online de dieta, e em 2006 o MinhaVida, o principal portal de saúde e bem-estar na internet brasileira. Em 2007 Daniel participou da criação do portal automotivo iCarros com os fundadores da WebMotors e o Itaú.

"As pessoas sentem que não são ouvidas e que as empresas não estão cientes das diferenças culturais em cada estado no Brasil", diz Petit. A empresa construiu uma comunidade forte antes mesmo do lançamento do produto - a empresa tem quase 360.000 seguidores no Instagram e mais de 600.000 pessoas já responderam pesquisas sobre cuidado com a pele. A influência da Júlia Petit que tem 500.000 seguidores no Instagram também ajudou a impulsionar a empresa.

O antioxidante hidratante, primeiro produto, vendeu o seu estoque inteiro de 5.000 unidades em 10 horas. Um dos desafios é transformar esse número de seguidoras em consumidoras - até agora, a empresa conquistou 200.000 clientes.

Os lançamentos são feitos a partir das conversas com o público. A adição de Vitamina C no antioxidante, por exemplo, era um pedido dos consumidores, e a inclusão de alcaçuz no tônico de limpeza veio de uma dica de uma influenciadora.

A atuação no mundo digital também permite que a Sallve lance poucos produtos por vez. "Antes para lançar uma marca de higiene e beleza precisaríamos de uma linha completa para conseguir preencher uma gôndola em um mercado ou drogaria, hoje isso não é mais necessário", afirma Wjuniski.

Apesar das maravilhas do mundo digital, há um problema: os consumidores não conseguem comprar o produto antes de comprar. A empresa incentiva que os consumidores escrevam resenhas; há mais de 11.800 comentários no seu produto principal e cerca de 15% dos consumidores postam sobre o produto nas redes sociais. A Sallve também lançou um kit de experimentação, com versões pequenas dos produtos Limpador Facial, Esfoliante Enzimático e Antioxidante Hidratante.

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