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Espionagem põe em risco US$ 35 bi em vendas de tecnologia

A indignação internacional em relação à vigilância da NSA na internet está prejudicando as vendas globais de companhias de tecnologia americanas

Segurança: a notícia sobre a espionagem tem pode prejudicar gravemente a competitividade de empresas como Apple, Facebook e Microsoft (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2013 às 13h56.

Washington - A indignação internacional em relação à vigilância da Agência Nacional de Segurança na internet está prejudicando as vendas globais de companhias de tecnologia americanas e atrasando os esforços dos EUA para promover a liberdade na internet.

As divulgações de espionagem no exterior poderiam custar às companhias americanas até US$ 35 bilhões em perdas de receita até 2016 causadas por dúvidas quanto à segurança da informação dos seus sistemas, segundo a Fundação de Tecnologia da Informação e Inovação, grupo de pesquisa sobre políticas em Washington cujo comitê inclui representantes de companhias como a International Business Machines Corp. e a Intel Corp.

“As consequências potencias adversas são enormes, levando em conta o tanto que a nossa economia depende da economia da informação para crescer”, disse Rebecca MacKinnon, membro sênior da Fundação Nova America, grupo de políticas de Washington. “É cada vez mais onde se encontra a vantagem dos EUA”.

Qualquer retrocesso no esforço dos EUA em manter uma internet aberta também causaria prejuízos indiretos a companhias como a Apple Inc. e a Google Inc., que se beneficiam das redes globais com poucas restrições nacionais.

Quase 40 por cento da população mundial, ou 2,7 bilhões de pessoas, estão online, segundo a União Internacional de Telecomunicações, agência das Nações Unidas com sede em Genebra.


‘Prejuízos graves’

A notícia sobre a vigilância dos EUA, revelada pelo ex-contratado da NSA Edward Snowden, tem “um grande potencial para prejudicar gravemente a competitividade” de companhias americanas como a Apple, com sede em Cupertino, Califórnia, a Facebook Inc. e a Microsoft Corp., disse Richard Salgado, diretor da Google para cumprimento de leis e segurança da informação, a um painel do Senado dos EUA em 13 de novembro. “A confiança que está ameaçada é essencial para essas empresas”.

Países como a China e a Rússia, que estão procurando impor mais controles nacionais à internet, estão vendo seus pontos de vista ganharem força. Potências econômicas em ascensão como a Índia, o México e a Coreia do Sul estão avaliando impor novos limites.

A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, alvo da vigilância da NSA, está exortando a rediscutir a questão da administração da internet com o apoio da Alemanha, cuja chanceler, Angela Merkel, também foi alvo da NSA.

As companhias de tecnologia não são as únicas que enfrentam potenciais prejuízos pela divulgação da vigilância da NSA, disse Myron Brilliant, vice-presidente executivo da Câmara Americana de Comércio em Washington.

Estudos mostram que produtos e serviços que dependem de fluxos de dados transfronteiriços devem adicionar aproximadamente US$ 1 trilhão em valor à economia americana por ano durante os próximos 10 anos, disse Brilliant.


“As pessoas não confiarão tanto nos EUA e nas companhias americanas”, disse Jason Healey, diretor da Cyber Statecraft Initiative do Conselho Atlântico, um grupo de políticas com sede em Washington. “Começarão a aparecer fronteiras nacionais no ciberespaço”.

Campanha do Brasil

Desde que Snowden revelou que a NSA estava monitorando conversas entre Dilma e seus principais assessores, a presidente brasileira lidera uma campanha para estabelecer proteções na internet.

O Brasil está pensando em criar leis que exigiriam que companhias como a Google, com sede em Mountain View, Califórnia, usem centros de dados ou equipamentos locais desenvolvidos pelo governo. Uma preferência por fornecedores não americanos poderia afetar companhias como a Juniper Networks Inc., com sede em Sunnyvale, Califórnia, que representou 10 por cento da receita do Brasil com roteadores no primeiro semestre do ano, ou a Cisco Systems Inc., que possui 56 por cento.

Salgado disse que as propostas em andamento poderiam levar à “criação de uma rede estilhaçada, dividida em pedaços nacionais e regionais menores com barreiras em volta deles, para substituir a internet global que conhecemos atualmente”.

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As divulgações de espionagem no exterior poderiam custar às companhias americanas até US$ 35 bilhões em perdas de receita até 2016 causadas por dúvidas quanto à segurança da informação dos seus sistemas, segundo a Fundação de Tecnologia da Informação e Inovação, grupo de pesquisa sobre políticas em Washington cujo comitê inclui representantes de companhias como a International Business Machines Corp. e a Intel Corp.

“As consequências potencias adversas são enormes, levando em conta o tanto que a nossa economia depende da economia da informação para crescer”, disse Rebecca MacKinnon, membro sênior da Fundação Nova America, grupo de políticas de Washington. “É cada vez mais onde se encontra a vantagem dos EUA”.

Qualquer retrocesso no esforço dos EUA em manter uma internet aberta também causaria prejuízos indiretos a companhias como a Apple Inc. e a Google Inc., que se beneficiam das redes globais com poucas restrições nacionais.

Quase 40 por cento da população mundial, ou 2,7 bilhões de pessoas, estão online, segundo a União Internacional de Telecomunicações, agência das Nações Unidas com sede em Genebra.


‘Prejuízos graves’

A notícia sobre a vigilância dos EUA, revelada pelo ex-contratado da NSA Edward Snowden, tem “um grande potencial para prejudicar gravemente a competitividade” de companhias americanas como a Apple, com sede em Cupertino, Califórnia, a Facebook Inc. e a Microsoft Corp., disse Richard Salgado, diretor da Google para cumprimento de leis e segurança da informação, a um painel do Senado dos EUA em 13 de novembro. “A confiança que está ameaçada é essencial para essas empresas”.

Países como a China e a Rússia, que estão procurando impor mais controles nacionais à internet, estão vendo seus pontos de vista ganharem força. Potências econômicas em ascensão como a Índia, o México e a Coreia do Sul estão avaliando impor novos limites.

A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, alvo da vigilância da NSA, está exortando a rediscutir a questão da administração da internet com o apoio da Alemanha, cuja chanceler, Angela Merkel, também foi alvo da NSA.

As companhias de tecnologia não são as únicas que enfrentam potenciais prejuízos pela divulgação da vigilância da NSA, disse Myron Brilliant, vice-presidente executivo da Câmara Americana de Comércio em Washington.

Estudos mostram que produtos e serviços que dependem de fluxos de dados transfronteiriços devem adicionar aproximadamente US$ 1 trilhão em valor à economia americana por ano durante os próximos 10 anos, disse Brilliant.


“As pessoas não confiarão tanto nos EUA e nas companhias americanas”, disse Jason Healey, diretor da Cyber Statecraft Initiative do Conselho Atlântico, um grupo de políticas com sede em Washington. “Começarão a aparecer fronteiras nacionais no ciberespaço”.

Campanha do Brasil

Desde que Snowden revelou que a NSA estava monitorando conversas entre Dilma e seus principais assessores, a presidente brasileira lidera uma campanha para estabelecer proteções na internet.

O Brasil está pensando em criar leis que exigiriam que companhias como a Google, com sede em Mountain View, Califórnia, usem centros de dados ou equipamentos locais desenvolvidos pelo governo. Uma preferência por fornecedores não americanos poderia afetar companhias como a Juniper Networks Inc., com sede em Sunnyvale, Califórnia, que representou 10 por cento da receita do Brasil com roteadores no primeiro semestre do ano, ou a Cisco Systems Inc., que possui 56 por cento.

Salgado disse que as propostas em andamento poderiam levar à “criação de uma rede estilhaçada, dividida em pedaços nacionais e regionais menores com barreiras em volta deles, para substituir a internet global que conhecemos atualmente”.

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