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Escritórios de advocacia lideram assessoria a fusões

Processos de consolidação do mercado brasileiro movimentaram US$ 53,54 bilhões só no primeiro semestre

Escritório Pinheiro Neto foi o maior assessor jurídico para as operações (Stock.xchng)

Escritório Pinheiro Neto foi o maior assessor jurídico para as operações (Stock.xchng)

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Da Redação

Publicado em 8 de julho de 2011 às 15h56.

São Paulo - O aumento da atividade de fusões e aquisições no Brasil no último um ano e meio está criando um cenário de alta demanda por advogados societários, forçando escritórios de advocacia a serem mais ativos na retenção de profissionais.

Só no primeiro semestre deste ano foram anunciadas fusões e aquisições envolvendo empresas brasileiras com valor combinado de 53,54 bilhões de dólares, segundo dados da Thomson Reuters.

Apesar da queda de 15,8 por cento em valor frente ao mesmo período de 2010, o número de operações cresceu 2,7 por cento, para um total de 346.

"Não é como se o Brasil fosse uma opção, mas a opção", disse o sócio-diretor do escritório de advocacia Pinheiro Neto, Alexandre Bertoldi, à Reuters.

Considerando os valores dos negócios, o Pinheiro Neto foi o maior assessor jurídico de fusões e aquisições anunciadas com empresas braileiras de janeiro a junho.

As 23 transações em que o escritório paulistano está atuando como "legal advisor" --incluindo o lado do Carrefour na proposta fusão com o Pão de Açúcar-- totalizam 14,4 bilhões de dólares.

A advogada Maria Cristina Cescon, sócia do escritório Souza, Cescon, Barrieu e Flesch, também viu o volume de trabalho crescer de forma substancial nos últimos anos. Seu escritório ficou em terceiro lugar no ranking da Thomson Reuters, com 12 transações e 5,4 bilhões de dólares em valor de negócios no primeiro semestre.

"O volume de trabalho é grande e também inclui outras operações além de fusões e aquisições, como reorganizações societárias", disse ela, que atua pela Portugal Telecom na reestruturação da Oi.

"A atividade (de fusões e aquisições) vai estar quente para nós no segundo semestre", afirmou o advogado Francisco Müssnich, sócio do Barbosa, Müssnich e Aragão (BMA), quarto lugar no ranking, com 4,8 bilhões de dólares em 10 operações.


Alguns setores apontados pelos advogados incluem o ramo financeiro --especialmente em bancos médios--, varejo e consumo, infraestrutura, biocombustíveis e saúde.

Dos cinco primeiros escritórios de advocacia no ranking, apenas o Skadden é estrangeiro, com sede nos Estados Unidos. A banca está participando de dois negócios anunciados em 2011 até junho estimados em 7,5 bilhões de dólares.

O Machado, Meyer, Sendacz & Opice aparece em quinto lugar, com 10 negócios que totalizam 4,6 bilhões de dólares.

Mercado profissional

Toda essa bonança tem gerado uma grande disputa por mão de obra especializada.

A demanda por esses profissionais tem sido impulsionada pelo grande número de novas transações, mas também pela entrada de escritórios internacionais visando uma fatia do mercado legal para fusões e aquisições no país, disse Bertoldi.

Um dos maiores escritórios do país, o Pinheiro Neto conta com um robusto quadro jurídico, cerca de 500 pessoas entre sócios, advogados e estagiários, mas tem apertado as margens de lucro e aumentado as bonificações a fim de não sofrer baixas de bons profissionais, disse o sócio-diretor.

"Não perdemos ninguém que não queríamos perder", disse Bertoldi, acrescentando que a cultura do escritório é de "cultivar" seus talentos desde cedo, ao invés de lutar no mercado por novos profissionais.

O Souza, Cescon, Barrieu e Flesch também tem se preocupado com a retenção de seus talentos, inclusive sendo mais competitivo em termos salariais no mercado. Segundo Maria Cristina, apesar de o escritório estar bem guarnecido de profissionais, sempre há a preocupação em reter funcionários.

"Esse segmento gera oportunidades e aprendizado (para o advogado)", disse ela. "Soma-se a isso um plano de carreira estruturado... nossa rotatividade é pequena", afirmou.

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