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Escola de negócios de Donald Trump é processada por “propaganda enganosa”

Um grupo de ex-alunos insatisfeitos entrou com uma ação coletiva na corte federal dos Estados Unidos alegando que a Trump University só sabe vender as próprias aulas

O protagonista do programa de TV The Apprentice, Donald Trump, quis ensinar sobre gestão e negócios, mas não agradou (Getty Images)

O protagonista do programa de TV The Apprentice, Donald Trump, quis ensinar sobre gestão e negócios, mas não agradou (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 9 de maio de 2011 às 18h38.

São Paulo – Depois de passar por maus lençóis ao acusar, sem provas, o presidente dos Estados Unidos Barack Obama de não ser americano – e ainda ser desmentido por uma certidão de nascimento – o bilionário Donald Trump está passando por outra prova de fogo. Um grupo de ex-alunos da Trump Entrepreneur Iniciative, antes chamada Trump University, entrou com uma ação coletiva na corte federal contra a instituição, na última sexta-feira (6/5). Além disso, advogados gerais de seis estados americanos estão investigando várias reclamações contra a entidade.

O motivo? Aulas que não corresponderam às expectativas e promessas não cumpridas de ensinar à plateia como ganhar muito dinheiro com o mercado imobiliário. Desde 2005, quando foi criada, mais de 11.000 pessoas passaram pelos seminários e cursos da instituição, que chegam a custar até 35.000 dólares, dependendo do tipo de programa adquirido. Mas, segundo os reclamantes, todo esse gasto é em vão.

“Na verdade, em vez de servir aos seus alunos como uma universidade ou faculdade, a Trump University está mais para um infomercial [longa propaganda feita em formato de programa de TV], vendendo produtos não credenciados, como workshops de vendas, atraindo clientes usando o nome e a reputação de seu fundador e presidente, o bilionário magnata Donald J. Trump”, afirma a ação judicial.

O documento acusa a “universidade” de prometer cursos de um ano de duração, mas que, na prática, eram apenas um seminário de três dias. De acordo com a ação, o programa de educação de um ano não tinha nenhuma ideia prática e nada de mentoria. Eram apenas excursões à loja de artigos de construção Home Depot para ouvir conselhos de “mentores” que recomendavam negócios nos quais eles próprios levariam vantagem ou que sumiam do mapa e não davam mais notícias.

Em entrevista ao jornal Huffington Post, a designer de moda e líder da ação Tarla Makaeff contou que foi convencida a aumentar o limite do cartão de crédito e comprar um programa de um ano de aprendizado por 35.000 dólares, na esperança de ficar milionária. Além de reclamar que o curso durou apenas três dias, ela acusa os professores a ensinar trapaças, como conseguir casas baratas usando os chamados “bandit signs”, propagandas ilegais instaladas ao longo de estradas.

Contra-ataque

A Trump Entrepreneur Iniciative se defende e rebate a acusação. Mesmo tendo sido obrigada a tirar o “University” do nome, no ano passado, por não atender aos requisitos de uma instituição desse tipo, a entidade afirma que alcança a marca de 95% de satisfação dos clientes que já passaram por lá. Um deles foi a própria Tarla Makaeff, que, em 2008, chegou a gravar um vídeo elogiando as palestras. Usando isso como prova, a companhia processou a designer por difamação e exige uma indenização de 100 milhões de dólares.

Tarla disse à Forbes, por e-mail, que o vídeo onde ela aparece falando bem das palestras foi manipulado e que, antes, ela já havia feito críticas à “Universidade” pelo fato de não ter tido retorno financeiro depois de investir 35.000 dólares no programa. Sobre os elogios, ela disse que eles sabiam que ela precisava dar uma resposta positiva em frente à câmera para conseguir apoio e serviços que compensassem seu investimento e dessem algum fruto até o final do ano.

Ainda não dá para saber quem sairá vencedor dessa briga, mas é fato que está ficando cada vez mais difícil para Donald Trump construir uma imagem boa o suficiente para vencer Obama na batalha presidencial da qual pretende participar no ano que vem.

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