Gravatas Ermenegildo Zegna: o mercado de luxo será mais competitivo, acredita a empresa (BIA PARREIRAS/VIAGEM E TURISMO)
Da Redação
Publicado em 5 de novembro de 2010 às 16h06.
São Paulo - A partir de dezembro, a marca de luxo Ermenegildo Zegna venderá seus produtos pela internet. O ponto de venda online vai funcionar para a Europa, Japão e América do Norte, segundo Ermenegildo Zegna, CEO da marca homônima e neto de seu fundador.
"O que era uma regra de ouro, que não podia vender luxo na web, começa a mudar", disse Silvio Passarelli, diretor do MBA em Gestão do Luxo da Faap. No passado, acreditava-se que produtos de luxo não eram objeto para e-commerce e que o contato, nesse mercado, era uma experiência pessoal e intransferível, mas a realidade de tempo e distância das grandes metrópoles do mundo vem mudando isso, segundo o diretor.
A participação do e-commerce não se restringe apenas ao fechamento da venda, mas também permite que o consumidor - que possivelmente já é cliente da marca - conheça novos lançamentos, por exemplo, segundo Passarelli.
A empresa também trabalha com licenciamentos - que o CEO chama de "parcerias" - e empresta seu nome a relógios, perfumes e canetas. A grife aposta que o mercado masculino vai crescer mais que o feminino no futuro, e que a competitividade vai aumentar nesse setor. "Os homens finalmente estão gostando de comprar", disse o CEO. A Zegna acredita que, cada vez mais, as grandes marcas devem apostar no segmento masculino, por isso espera maior competição, e quer ser a líder no seu segmento.
O mercado de luxo caiu 8% no mundo, em 2009. Mas ele vem se recuperando em 2010, segundo Zegna. A empresa centenária trabalha com um cenário em que a recessão deve continuar, mas os consumidores voltaram – e, por isso, as marcas de luxo líderes estão mais saudáveis do que nunca "e a Zegna está entre elas", disse o CEO. O grupo acredita que as grandes marcas vão se tornar maiores e muitas "vão apenas seguir sobrevivendo".