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Equatorial Energia avalia leilão da Cesp, dizem fontes

O certame oferecerá as ações do governo de SP no bloco de controle da Cesp, ou cerca de 40,6% do capital, a um preço mínimo de R$ 16,80 por papel

Cesp: o movimento entre potenciais interessados tem sido baixo (Marcos Issa/Bloomberg News/Bloomberg)

Cesp: o movimento entre potenciais interessados tem sido baixo (Marcos Issa/Bloomberg News/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 30 de agosto de 2017 às 18h29.

São Paulo - A Equatorial Energia está entre as empresas cadastradas para acessar a sala de informações abertas pelo governo paulista sobre a privatização da elétrica Cesp, cujo leilão está marcado para 26 de setembro, disseram à Reuters duas fontes próximas ao negócio.

O certame oferecerá as ações do governo de São Paulo no bloco de controle da Cesp, ou cerca de 40,6 por cento do capital da companhia, a um preço mínimo de 16,80 reais por papel, o que significa um valor final de quase 2 bilhões de reais.

Apesar de a companhia operar três hidrelétricas no Estado de São Paulo, maior mercado consumidor de energia do Brasil, o movimento entre potenciais interessados tem sido baixo, mesmo a pouco menos de 30 dias da data prevista para a licitação, segundo especialistas ouvidos pela Reuters.

Até o interesse da Equatorial é visto com cautela, uma vez que a companhia tem como foco a distribuição de eletricidade e poderia estar apenas avaliando o potencial da oportunidade em geração.

"Não apareceu ainda ninguém nos procurando para olhar a Cesp, e, a essa altura, já deveria", disse o especialista em energia do escritório Veirano Advogados, Tiago Figueiró.

"Estou vendo muito pouca movimentação no mercado em geral. Nós fomos consultados por um potencial comprador, mas ele decidiu não seguir adiante... não me surpreenderia se o leilão desse vazio", disse o sócio da área de energia do Pinheiro Neto Advogados, José Roberto Oliva Junior.

Segundo eles, o principal fator que pode explicar o baixo interesse é a data de vencimento das concessões das hidrelétricas da Cesp, entre 2020 e 2028.

A companhia opera 1,65 gigawatt em usinas, e o governo paulista optou recentemente por levar adiante a privatização mesmo sem renovar esses contratos, devido à perspectiva de uma longa discussão com o governo federal sobre as regras da prorrogação, que poderia atrasar muito os planos para a companhia.

Com isso, a Cesp tem perdido em atratividade para um leilão em que o governo pretende oferecer a concessão de quatro hidrelétricas da mineira Cemig, cujos contratos venceram nos últimos anos.

Enquanto nenhuma empresa falou até o momento em participar do leilão da Cesp, elétricas como Engie Brasil, Enel e a chinesa State Power Investiment Corp. têm avaliado a licitação das concessões da Cemig.

Esperança chinesa

Existe ainda uma expectativa de que a chinesa China Three Gorgespossa participar da licitação, embora a companhia não tenha demonstrado grande interesse até o momento, disseram as duas fontes, que falaram sob a condição de anonimato.

Isso porque a China Three Gorges venceu em 2015 um leilão em que o governo federal ofereceu as concessões de duas grandes hidrelétricas da Cesp cujas concessões haviam expirado. A companhia pagou na época 13,8 bilhões de reais à União pelas concessões das usinas, que somam quase 5 gigawatts em capacidade.

A segunda fonte disse que "investidores financeiros" também são uma das apostas para o leilão.

Procurada, a Cesp não respondeu a um pedido de comentário. A equipe responsável pela privatização da Cesp, comandada pelo Banco Fator, disse que não iria comentar.

A unidade brasileira da China Three Gorges disse em nota que sempre avalia oportunidades em geração de energia limpa no Brasil, "mas não comenta sobre projetos específicos".

A Equatorial não quis comentar.

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