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Empresa indonésia está perto de comprar Eldorado

Asia Pulp & Paper (APP) está em negociações avançadas para fechar a compra da brasileira

Eldorado: a aquisição do controle da companhia deve ser anunciada nos próximos dias (João Quesado/Exame)

Eldorado: a aquisição do controle da companhia deve ser anunciada nos próximos dias (João Quesado/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de agosto de 2017 às 10h01.

São Paulo - A empresa indonésia Asia Pulp & Paper (APP) está em negociações avançadas para fechar a compra da brasileira Eldorado Celulose, controlada pela J&F, dos irmãos Wesley e Joesley Batista. Segundo fontes próximas à transação, a aquisição do controle da companhia deve ser anunciada nos próximos dias, por cerca de R$ 15 bilhões.

Metade desse valor deve ir para o caixa da J&F, que detém uma participação de 80% na Eldorado. A outra metade seria usada para pagar dívidas da companhia, que giram em torno de R$ 8 bilhões.

Em nota, a J&F disse que não comentaria as negociações e reiterou "que os processos seguem os trâmites usuais para operações dessa natureza."

Além da proposta da empresa indonésia, que está sendo assessorada pelo banco BTG, a Eldorado recebeu outras ofertas. Segundo informou a Coluna do Broadcast na edição de ontem, a Fibria, maior companhia do setor, estaria disposta a pagar até US$ 12 bilhões pelo ativo. A chilena Arauco, que chegou a negociar de forma exclusiva com a Eldorado, ofertou R$ 14 bilhões pela companhia, valor que caiu a R$ 11,5 bilhões após auditoria nas contas da empresa. Um dos fatores que atualmente contamina o balanço da Eldorado é o fato de créditos tributários, como ICMS, serem contabilizados como geração de caixa.

A Eldorado também tem os fundos de pensão Funcef (Caixa) e Petros (da Petrobrás) como acionistas. Funcef e Petros fazem parte do fundo de investimento (FIP) Florestal, que também tem a holding dos irmãos Batista como sócio.

Vários ativos da J&F, dona da Friboi, foram colocados à venda após as delações dos irmãos Batista, em maio. O grupo já vendeu importantes negócios, como as operações de carnes da América do Sul para o frigorífico Minerva, por US$ 300 milhões; a Alpargatas, para a Cambuhy e Itaúsa, por R$ 3,5 bilhões; e a Vigor, para o grupo mexicano Lala, por R$ 5,7 bilhões.

Em maio, os irmãos Batista fecharam acordo de leniência com o Ministério Público Federal e se comprometeram a pagar multa de R$ 10,3 bilhões.

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