Embrapa utiliza semente de maracujá na produção de cosméticos
A Embrapa inaugura neste sábado, no Estado do Rio de Janeiro, uma fábrica de óleos naturais que tem como matéria-prima sementes de maracujá
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O projeto da Embrapa aproveita a semente do maracujá na extração do óleo, visando à fabricação de cosméticos (.)
Publicado em 10 de outubro de 2010 às, 03h42.
Rio de Janeiro - Em parceria com entidades de pesquisa e a Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), a Embrapa Agroindústria de Alimentos inaugura amanhã (14) em Bom Jesus do Itabapoana, no norte fluminense, uma fábrica de óleos naturais que tem como matéria-prima sementes de maracujá.
O projeto, que conta com financiamento de R$ 190 mil da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio (Faperj), foi desenvolvido e é coordenado pela Embrapa.
A fábrica Extrair Óleos Naturais se insere em um projeto mais amplo, do Arranjo Produtivo Local do Maracujá ((APL-Maracujá) no estado do Rio. "O projeto trata do aproveitamento da semente da fruta na extração do óleo, visando à fabricação de cosméticos", disse à Agência Brasil o pesquisador da Embrapa Agroindústria de Alimentos Sergio Censi, coordenador da pesquisa.
Ele explicou que a extração do óleo em si não é novidade. "O que nós estamos querendo é desenvolver processos para que isso seja viável economicamente em pequenas unidades instaladas, normalmente, nas agroindústrias de suco de maracujá".
O projeto-piloto no estado do Rio busca atender à demanda das agroindústrias para o aproveitamento das sementes do maracujá, consideradas hoje um resíduo e, por isso, subutilizadas.
"O que se quer, com a unidade-piloto, é conscientizar de que é possível e viável economicamente aproveitar essas sementes e gerar um produto de valor agregado", disse Censi. Por meio de processos que estão sendo desenvolvidos pelos pesquisadores da Embrapa Agroindústria de Alimentos e da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio (Pesagro), as sementes de maracujá serão beneficiadas e o óleo resultante apresentará maior qualidade.
As sementes utilizadas na fábrica são adquiridas de indústrias de sucos e polpas do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. A comercialização dos óleos naturais extraídos das sementes de maracujá depende de um plano de negócios que está sendo elaborado com o parceiro privado do empreendimento. Sergio Censi informou que já foram identificados possíveis interessados nessa matéria-prima para a indústria de cosméticos, "inclusive no mercado externo".
A perspectiva é de que a fábrica produza 600 litros de óleo de semente de maracujá por dia. O óleo produzido a partir dessa matéria-prima tem propriedade hidratante e pode ser incorporado em cosméticos como shampoos, cremes e sabonetes.
Outro objetivo do projeto é a geração de empregos nos municípios que implantarem fábricas semelhantes. Censi informou que, em um primeiro momento, a fábrica de Bom Jesus de Itabapoana vai gerar dez empregos, com expectativa de aumento no médio prazo. "Ela tem também essa finalidade social". Ele lembrou que a meta dos pesquisadores da Embrapa é "dar esse start [início] para que os empreendedores privados comecem o negócio, que cause impacto na sua região".
A fábrica produzirá também a torta, o bagaço resultante da prensagem da semente, que poderá ser incorporada em rações para o gado leiteiro. A Universidade Estadual do Norte Fluminense trabalha ainda em um projeto que visa ao aproveitamento da casca do maracujá, rica em pectina e fibras. Os pesquisadores da instituição já chegaram a uma farinha que pode ser acrescida à dieta humana. O processamento está para ser patenteado, informou a assessoria de imprensa da Embrapa.
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