Itaú: Estimativa do BTG Pactual aponta que o banco pode atingir lucro de 6,8 bilhões de reais, superando a sua marca do fim do ano passado (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 2 de maio de 2019 às 07h14.
Última atualização em 2 de maio de 2019 às 08h40.
Na esteira da boa safra de balanços de bancos como Bradesco e Santander, o Itaú deve divulgar números positivos referentes ao primeiro trimestre, nesta quinta-feira, após o fechamento de mercado. A estimativa do BTG Pactual é que o lucro líquido da instituição alcance 6,8 bilhões de reais no período, alta de 6% em relação ao mesmo período do ano passado.
É um percentual considerável principalmente se o volume de recursos for levado em consideração, assim como a dificuldade para a economia voltar a crescer. Entretanto, é o menor percentual de crescimento dentre os três maiores bancos privados e o Banco do Brasil. Os analistas do BTG esperam que o lucro líquido do BB cresça 41%. Parte se explica porque o patamar já é muito alto: o Itaú tem registrado o maior lucro anual entre os concorrentes desde 2014. O último a lucrar antes da aparente invencibilidade do Itaú foi o Banco do Brasil, em 2013, quando alcançou 15,7 bilhões de dólares.
Os analistas esperam ainda que o faturamento do Itaú fique em torno de 28,2 bilhões de reais no mesmo período, o que representará cerca de 50% do faturamento dos três maiores bancos privados do país.
Além do balanço do Itaú, também entram em vigor nesta quinta-feira as mudanças anunciadas pela Rede, sua operadora de máquinas de pagamento. Apesar de as novidades não terem tido qualquer efeito sobre o primeiro trimestre do ano, é provável que o balanço traga algumas pistas sobre a estratégia que levou o banco a adotar essas práticas. Entre as novidades, está o fato de que quem for correntista do banco e usar produtos da Rede estará isento da tarifa para transferências e poderá fazer até quatro saques por mês sem custos. “Desse modo, cai o argumento de que se trata de venda cruzada, afinal, o correntista pode tirar o dinheiro da conta à vontade”, afirma Marcos Magalhães, presidente da Rede.
As críticas relativas à venda cruzada surgiram logo depois que a Rede anunciou, em abril, que isentaria a tarifa cobrada para antecipar de um mês para dois dias os recebíveis pagos em cartão de crédito à vista. Segundo os críticos, tratava-se de uma jogada do banco e de sua credenciadora: se por um lado a Rede perdia a receita com a tarifa da antecipação, o Itaú ganhava com as taxas pagas pelos novos correntistas. O anúncio fez o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) enviar um ofício ao banco pedindo explicações.
As medidas da Rede devem reduzir o lucro líquido do Itaú em cerca de 30% a 40%, com impacto de 2% para o Itaú, seu controlador, segundo o BTG. Em meio à guerra das maquininhas, em que empresas como PagSeguro, Stone e Cielo competem para ver quem tem o melhor desconto, os resultados desta quinta-feira devem mostrar que o Itaú tem gordura para queimar e ainda muita isenção de taxa a oferecer.