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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.
O laboratório Eli Lilly começa a distribuir, neste mês, os primeiros lotes de Cialis fabricados no Brasil. Lançado em maio de 2003 no país, o medicamento para disfunção erétil era importado da Inglaterra. Neste período, o grupo já vendeu 8 milhões de comprimidos no país, faturando 67 milhões de dólares com o produto.
Com capacidade para produzir 20 milhões de comprimidos do remédio por ano, o laboratório investiu 10 milhões de dólares na fábrica localizada em São Paulo. A empresa planeja fabricar 5 milhões de unidades até o fim do ano para abastecer o mercado brasileiro. O volume é 10% superior ao total vendido no país em 2004. No segundo semestre, a Eli Lilly deve aumentar a produção para iniciar as exportações para Argentina e outros países.
De acordo com o diretor de Manufatura da companhia, Claudio Sombini, uma das vantagens da fabricação local é a agilidade no atendimento aos clientes e no planejamento logístico. Antes, gastavam-se até seis meses entre a apresentação do pedido à fábrica inglesa e a entrega do lote às farmácias brasileiras. "Agora, entre a encomenda da matéria-prima e a entrega aos pontos-de-venda, vamos demorar uns 90 dias", afirma Sombini. A tadalafila, princípio ativo do remédio, será importada de um fornecedor dos Estados Unidos, bem como as demais substâncias envolvidas na produção do Cialis.
O remédio é apresentado em caixas com dois ou quatro comprimidos, cujos preços máximos ao consumidor final são de 67,46 reais e 134,92 reais, respectivamente. Produzir no Brasil não tornará o remédio mais barato, segundo Sombini, porque as reduções de custo servirão para abater os investimentos realizados. A Eli Lilly estima que o retorno do investimento ocorrerá em dez anos.
Mercado
De acordo com o IMS Health, instituto que audita a indústria farmacêutica, o Cialis alcançou, em março, 36,6% do mercado brasileiro de remédios para disfunção erétil. O principal concorrente é o Viagra, da Pfizer, que obteve 49,4% de market share. É a primeira vez, no Brasil, que a pílula azul fica com menos de 50% do mercado desde que foi lançada no Brasil. Os restantes 14% ficam com o Levitra, produzido pelos laboratórios Bayer e Glaxo Smithkline.
Para Antonio Alas, diretor de Vendas e Marketing da Eli Lilly, a meta é tornar o Cialis líder de vendas no Brasil, a exemplo do que já ocorre em outros países. Na África do Sul e na Arábia Saudita, o produto mantem-se à frente da concorrência há um ano. O Cialis é vendido em mais de 100 países. No ano passado, as vendas globais atingiram 550 milhões de dólares, um salto de 272% sobre os 203,3 milhões do ano retrasado.
Além do Cialis, a Eli Lilly também já fabrica, no Brasil, o Zyprexa (antipsicótico), o Evista (para osteoporose) e o Prozac (antidepressivo). No segundo semestre, o laboratório pretende trazer, para o país, parte das etapas de produção do antidepressivo Cymbalta, atualmente importado. O projeto, porém, ainda está em análise.