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Eletrobras deve manter até 30% em distribuidoras, diz CEO

O executivo disse que dívidas dessas distribuidoras junto à holding Eletrobras poderiam ser convertidas em uma participação minoritária nas empresas

Eletrobras: "A Eletrobras é a maior credora dessas empresas, é uma forma de ela inclusive ter uma perspectiva desse recebimento." (foto/Thinkstock)

Eletrobras: "A Eletrobras é a maior credora dessas empresas, é uma forma de ela inclusive ter uma perspectiva desse recebimento." (foto/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 2 de outubro de 2017 às 17h04.

Última atualização em 2 de outubro de 2017 às 17h23.

São Paulo - A Eletrobras deve manter uma participação minoritária em suas seis distribuidoras de eletricidade que atuam no Norte e Nordeste após privatizá-las, o que está previsto para acontecer até o primeiro trimestre de 2018, disse nesta segunda-feira o presidente da estatal, Wilson Ferreira Jr..

O governo federal anunciou no final de agosto a intenção de desestatizar a Eletrobras, mas o plano prevê que a venda das distribuidoras seja concluída antes da privatização da companhia como um todo.

A venda de fatias minoritárias da Eletrobras em ativos de geração eólica e em linhas de transmissão também deverá acontecer antes, ainda neste ano, disse Ferreira, que falou com jornalistas após participar de evento do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) em São Paulo.

O executivo adiantou que, no caso das distribuidoras, a ideia é que a companhia converta em participação societária nas companhias sob novos donos ao menos parte de mais de 7 bilhões de reais em dívidas dessas concessionárias junto à própria Eletrobras.

"A Eletrobras é a maior credora dessas empresas, é uma forma de ela inclusive ter uma perspectiva desse recebimento... isso não está definido, mas é um valor menor, algo em torno de 30 por cento, até o limite de 30 por cento", explicou Ferreira.

Ele disse que essa operação poderia acontecer em todas distribuidoras, uma vez que todas elas possuem dívidas junto à holding Eletrobras.

A Eletrobras já recebeu do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estudos sobre a modelagem proposta para a privatização dessas subsidiárias de distribuição, e segundo Ferreira esse material agora será analisado por uma comissão de desestatização criada para apoiar as avaliações do Conselho de Administração sobre o processo.

No caso das vendas de participações em geração e transmissão, o executivo disse que a Eletrobras já recebeu uma avaliação financeira dos ativos e uma proposta de modelagem para as vendas.

"Isso com certeza sairá ainda este ano", afirmou. "Eu espero que ao longo dos próximos seis meses a gente possa ter o equacionamento da venda dessas Sociedades de Propósito Específico (SPEs)".

Privatização

Segundo Ferreira, a Eletrobras deverá divulgar até o final do ano mais detalhes sobre a modelagem de sua privatização e sobre como o processo será conduzido.

Ele disse que deverá ser definido em breve, "nos próximos dias", um agente gestor para o processo de desestatização da companhia.

"Normalmente, o gestor é o BNDES... agora, há que olhar se existem particularidades nesse processo... o BNDES também é acionista da Eletrobras, você tem que avaliar isso, se tem ou não conflito (de interesses)", disse. "É um processo importante. A gente tem que ser cuidadoso.".

Segundo Ferreira, o gestor da privatização da Eletrobras também poderia ser outro órgão que faça parte direta ou indiretamente da administração pública.

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