Negócios

Ele vigiava casas por R$ 20 na Paraíba. Hoje, fatura R$ 200 milhões com empresa de segurança

Fundado em 2001, o Grupo Alerta está presente em cinco estados nordestinos e emprega mais de 6.000 pessoas

Shigeaki Maracajá, CEO do Grupo Alerta: “Comecei fazendo a segurança de obras para evitar o furto de cabos" (Guilherme Santos/PBXP/Divulgação)

Shigeaki Maracajá, CEO do Grupo Alerta: “Comecei fazendo a segurança de obras para evitar o furto de cabos" (Guilherme Santos/PBXP/Divulgação)

Isabela Rovaroto
Isabela Rovaroto

Repórter de Negócios

Publicado em 6 de março de 2024 às 06h48.

Última atualização em 6 de março de 2024 às 06h52.

O paraibano Shigeaki Maracajá viu no início dos anos 2000 uma nova oportunidade de empreender. Na época, ele e a esposa tinham uma franquia dos Correios em Campina Grande quando resolveram trabalhar na vigilância de casas. A ideia era diversificar a fonte de renda e resolver uma dor da população local: segurança.

"Eu vendia o serviço durante o dia e voltava de noite para fazer a vigilância. Ganhava R$ 20 por casa", relembra o empreendedor.

Em poucos meses Maracajá passou a fazer a vigilância de dez ruas na cidade. Para escalar o negócio e alcançar um novo patamar, o empreendedor vendeu o carro e, com cerca de R$ 30.000, fundou o Grupo Alerta. 

No último ano a empresa que oferece serviços de segurança em cinco estados nordestinos faturou R$ 200 milhões, 20% a mais do que no ano anterior. Para 2024, a expectativa é avançar até 30% com novos contratos públicos e privados.

"Para começar a empreender tem que ser meio doido. Se for bom do juízo não vá não", brincou o empreendedor em entrevista à EXAME no Paraíba Business Experience (PBXP), evento realizado na última semana em Campina Grande.

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Quem é o empreendedor

Shigeaki Maracajá é natural de São João do Cariri, município com pouco mais de 4.000 habitantes localizado no sul do estado da Paraíba. A veia empreendedora de Maracajá deu seus primeiros sinais na adolescência, quando ele começou a produzir e vender dindin (conhecido como gelinho ou sacolé em outras partes do Brasil).

"Trabalhava de dia e de noite pegava uma caminhonete de pau arara para estudar em Campina Grande. Na época não tinha luz elétrica, era luz de candeeiro", diz Shigeaki Maracajá.

Aos 18 anos, ele se mudou para Campina Grande e abriu uma lanchonete na cidade. O negócio não deu certo e ele começou a trabalhar em uma empresa de segurança, onde conheceu o segmento no qual iria empreender futuramente.

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Como o Grupo Alerta cresceu

Em 2001, quando o Grupo Alerta foi fundado, Maracajá e a esposa tinham uma franquias dos Correios em Campina Grande. O investimento inicial no novo negócio aconteceu após a venda do Fiat Uno que eles tinham na época.

A trajetória da empresa não foi linear. Até 2003, o empreendedor vivia com as contas no vermelho pela falta de clientes. “Eu tentei vender meu negócio, mas ninguém queria comprar”, diz.

A situação da empresa começou a melhorar em 2004, quando passou a atender empresas que prestavam serviços para o setor público.

“Comecei fazendo a segurança de obras para evitar o furto de cabos. Um cliente indicou a Alerta para outro e assim fomos ganhando espaço”, diz Maracajá.

Ao longo dos anos o Grupo Alerta foi oferecendo novos serviços. Além dos serviços tradicionais de segurança para pessoa física e empresas -- como vigilância de rua, câmeras e seguranças --, o grupo também oferece rastreio de frota, segurança armada e faz transporte de valores.

Nos últimos dez anos, a oferta de prestadores de serviço de limpeza, segurança e portaria ganhou destaque no portfólio do Grupo Alerta. "Metade do nosso faturamento já vem da oferta de mão de obra terceirizada", diz.

Hoje, a companhia está presente em quatro estados além da Paraíba:

  • Rio grande do Norte
  • Pernambuco
  • Alagoas
  • Sergipe

Com mais de 400 clientes, Maracajá acredita que ainda há espaço para crescimento na esfera pública por meio de novas licitações, além da entrada em novos estados e lançamento de novos serviços.

"Estudamos a entrada no mercado de segurança da informação, portaria virtual e o uso de inteligência artificial para o monitoramento de caminhoneiros", diz o empreendedor.

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*A repórter da EXAME viajou a convite da Paraíba Business Experience (PBXP)

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