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Como esta startup pernambucana leva alunos da periferia para escolas particulares

Fundada em 2015, a edtech Prol Educa conta com mais de 2.000 escolas parceiras e já ofereceu bolsas de estudos para mais de 20.000 crianças e adolescentes

Petrus Vieira, Manuella Nascimento e Pettrus Nascimento, da Prol Educa: mais de 20.000 estudantes bolsistas em escolas particulares (divulgação/Divulgação)

Petrus Vieira, Manuella Nascimento e Pettrus Nascimento, da Prol Educa: mais de 20.000 estudantes bolsistas em escolas particulares (divulgação/Divulgação)

Isabela Rovaroto
Isabela Rovaroto

Repórter de Negócios

Publicado em 17 de novembro de 2023 às 14h00.

Última atualização em 19 de novembro de 2023 às 07h34.

Como dar acesso à educação de qualidade aos jovens periféricos? Essa é a dor que a edtech pernambucana Prol Educa tenta solucionar desde 2015.

Nascidos na periferia de Recife, Petrus Vieira, Pettrus Nascimento e Manuella Nascimento tiveram suas realidades transformadas por meio de bolsas de estudos em escolas particulares -- e quiseram escalar a iniciativa. Hoje, a startup conta com mais de 2.000 escolas parceiras e já matriculou mais de 20.000 crianças e adolescentes em escolas particulares.

"Nosso proposito é a inclusão através da educação. Queremos devolver às crianças e jovens da periferia o direito de sonhar e melhorar de vida", diz o CEO Pettrus Nascimento.

Como a Prol Educa foi criada

Vieira e Nascimento se conheceram na escola na qual estudavam com bolsa de estudos. "Fui aluno de escola pública até o fundamental I e depois ganhei uma bolsa de estudo em uma escola particular. Lá, conheci o Vieira", diz Nascimento. A terceira sócia, Manuella Nascimento, é prima do empreendedor e ocupa o cargo de CFO da companhia.

A ideia de criar a Prol Educa surgiu do antigo trabalho de Nascimento. Em 2013, ele atuava na coordenação de um curso técnico e visitava empresas para oferecer descontos para funcionários com o objetivo de preencher vagas ociosas. "Percebi que poderia ajudar alunos de baixa renda por meio de bolsas de estudos", diz o empreendedor.

Com investimento de 20 mil reais, a empresa faturou 200 mil reais no primeiro ano somente com a oferta de bolsas no ensino básico,  segmento com maior número de inscritos da edtech.

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Como funciona o modelo de negócio

A edtech fecha parcerias com escolas que possuem vagas ociosas e, para preencher esses espaços, oferece bolsas de estudos que variam entre 30% a 80% para alunos de baixa renda. Cerca de 75% dos alunos atendidos têm renda familiar de um salário mínimo. "A grande maioria das famílias são de mães solo, negras e periféricas", diz o empreendedor.

Além de receber a primeira mensalidade do aluno em seu valor integral, a empresa fatura com as taxas de renovação. Na renovação da matrícula, o valor pago pelo aluno também é integral. Contudo, ele deve pagar 50% à plataforma e o restante à instituição de ensino.

"Nós já levamos mais de 10 milhões de reais para as escolas parceiras que tinham vagas ociosas", diz o CEO.

Com 2 mil jovens ativos em 2023, a startup espera faturar seu primeiro milhão de reais neste ano.

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Investimentos

A Prol Educa recebeu sua primeira rodada de investimento em 2021 do Black Founders Fund do Google for Startups, iniciativa global para investimento em startups fundadas por empreendedores negros.

Em 2022, a startup fechou uma rodada de investimento liderada pela Anjos do Brasil. O aporte contou com a participação da GVAngels e do Investe Favela.

Segundo Vieira, o investimento foi utilizado para estruturar o time de vendas e marketing, além de montar uma equipe para novas soluções tecnológicas, expandindo a plataforma para todo território nacional. Atualmente a startup está presente em todos os estados do Nordeste e em algumas escolas em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

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Plano de expansão

Para 2024, a Prol Educa quer dobrar o número de famílias atendidas, chegando a 4.000, e ter escolas parceiras em todos os estados brasileiros. Entre as estratégias para conseguir mais bolsas de estudos está a parceria com empresas privadas e pessoas físicas que podem apadrinhar crianças e fazer doações mensais para apoiar os estudos de crianças e adolescentes.

"No ano que vem queremos ampliar nosso programa em parceria com as empresas na qual os filhos dos colaboradores ganham bolsas de estudos bancadas pela corporação", explica Nascimento.

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