Jono Pandolfi em seu ateliê, em Nova Jersey (Tasting Table/Reprodução)
Redator da Faculdade Exame
Publicado em 9 de janeiro de 2025 às 09h00.
Durante um dia comum no ateliê de Jono Pandolfi, ele e sua equipe de 30 pessoas enviam milhares de pratos, tigelas e canecas para restaurantes e chefs do mundo inteiro.
Suas peças de cerâmica são usadas em centenas de restaurantes de alto padrão e apareceram na série “The Bear”, grande vencedora dos últimos dois Emmys. Pandolfi é ceramista por hobby há mais de 20 anos, mas foi só na pandemia que seu hobby virou um negócio milionário.
Ele começou a focar em vender diretamente para seus consumidores, ao invés de esperar grandes parcerias com restaurantes, hotéis e produções cinematográficas, todos prejudicados pelo Covid.
A aposta deu mais do que certo. Em 2024, ele faturou US$6.6 milhões de dólares (R$40.2 milhões, na cotação atual), de acordo com a CNBC Make It. Desde 2020, ele triplicou seu faturamento.
Qualquer um pode comprar as cerâmicas de Pandolfi no site oficial da loja, mas elas não são baratas. Um conjunto com quatro peças custa US$172 (R$1049), já uma tigela para macarrão – cuja matéria prima custa menos de US$ 1 – pode ser sua por 51 dólares, ou cerca de 311 reais.
A mão de obra, no entanto, é o maior custo de Pandolfi – e, no início, os fornos de cerâmica quase deixaram o negócio inviável. Foram mais de 500 mil dólares em empréstimos, mas, depois de viralizar no meio onde atua, o equipamento se pagou.
“O negócio roda inteiramente sobre nosso fluxo de caixa,” disse Pandolfi à CNBC. “Nosso maior forno consegue finalizar 500 pratos por noite, o que traz uma renda potencial de US$18 mil.”
O que surgiu em 2004 como um hobby e uma forma de fazer uma renda extra ao ensinar alguns alunos virou sua obsessão quando perdeu o emprego, em 2010.
Em 2012, conseguiu uma grande venda para um hotel em Nova Iorque por 100 mil dólares.
A partir daí, seu objetivo – e segredo para o sucesso – foi construir um negócio sem pressa, gradualmente aumentando sua produção, número de vendas e margens de lucro.
A mudança de estratégia para uma loja focada no consumidor está potencializando a estratégia. Seu faturamento cresceu 27% de 2023 para 2024.
“Meu objetivo sempre foi construir uma empresa à prova de balas, que durasse por muito tempo,” finalizou. “Agora, queremos continuar aproveitando essa demanda orgânica que temos e seguirmos crescendo nesse ritmo estável pelos próximos anos.”
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