O empresário Eike Batista (Douglas Engle/Bloomberg News)
Da Redação
Publicado em 20 de setembro de 2014 às 14h54.
São Paulo — Depois de passar quase um ano e meio sem falar com a imprensa e sem usar o Twitter, antes sua rede social favorita, o empresário e ex-bilionário Eike Batista quebrou o silêncio dando entrevistas aos maiores jornais do país. E agora está tendo que explicar o que quis dizer.
Na primeira das entrevistas, publicadas nesta semana, o empresário disse à Folha de S.Paulo como se sentia voltando à classe média. “Eu nasci como um jovem de classe média, e minha vida, sabe, e você voltar para isso (...) é um baque gigantesco”, afirmou ao jornal.
A declaração teve uma repercussão enorme. Logo as hashtags #eikebatistaclassemedia e #eikegentecomoagente começaram a aparecer em tuítes com frases como “Eike juntando restos de sabonete” e “Eike sacando o PIS”.
A situação incomodou o ex-bilionário a ponto de ele voltar a tuitar, o que não fazia desde março de 2013.
Sem dar muita bola para acentos e usando muitas exclamações, com sempre fez, Eike escreveu: “Esclarecendo: A menção a classe média referia-se a sua capacidade (da classe média) de adaptar-se a situações adversas!!!”, afirmou. “Não foi analogia com minha atual situação financeira… Falava da origem da minha família e dos desafios que tenho enfrentado, querendo dizer que não temo voltar a ela!”, completou.
Derrocada
A derrocada de Eike começou em 2012, quando poços de sua petroleira, a OGX, se mostraram inviáveis para exploração. O preço da ação, que já valera mais de R$ 22, chegou aos centavos.
O movimento das ações de suas outras empresas, muitas com modelos de negócios diretamente ligados ao sucesso da petroleira, foi semelhante, e o empresário teve de se desfazer dos negócios em favor de credores. Seu patrimônio, antes estimado em US$ 34 bilhões, hoje é de US$ 1 bilhão negativo.
Denúncia
Na terça-feira (16) a Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público ontra Eike, que teve bens e contas bloqueados. O MPF acusa Eike Batista pelas práticas de manipulação do mercado e uso indevido de informação privilegiada ("insider trading").