Ebanx chega à África e quer explorar "próxima grande fronteira" dos pagamentos
Empresa anunciou início das operações na África em sua primeira internacionalização fora da América Latina
Maria Clara Dias
Publicado em 14 de setembro de 2022 às 13h25.
Última atualização em 15 de setembro de 2022 às 12h42.
O unicórnio brasileiro de pagamentos Ebanx anuncia nesta semana a chegada à África, numa tentativa de atender o mercado mais proeminente para pagamentos fora da Amérca Latina. Na visão da empresa, o continente africano hoje concentra as melhores oportunidades comerciais e para pagamentos digitais fora do Brasil e dos outros 14 países latinos em que a fintech opera.
A partir desta quarta-feira, 14, o Ebanx passa a incluir três países africanos em seu rol de nações atendidas. Juntos, esses países são responsáveis por 51% do PIB do continente. São eles:
- África do Sul
- Quênia
- Nigéria
Esta é a primeira incursão do Ebanx para além dos países latinos. Ao todo, a fintech soma agora 18 países e mais de 1.000 clientes.
"Este é o momento da África, lembra bastante o cenário da América Latina em 2012, quando o EBANX iniciou sua jornada, fornecendo a empresas globais acesso para vender mais mercadorias e serviços digitais via internet aos latino-americanos através de métodos de pagamentos locais", disse João Del Valle, CEO e cofundador do EBANX.
"A economia digital da África em rápido crescimento está apenas começando e está projetada para crescer ainda mais e se consolidar nas próximas décadas. Ao lado de atores globais, o EBANX será um catalisador dos muitos benefícios de uma economia digital acelerada".
Na África do Sul, a empresa vai passar a processar pagamentos feitos em Instant EFT, segundo método mais popular de pagamento online no país. No Quênia, haverá o M-Pesa, um serviço bancário móvel que permite transferência e pagamentos de compras online e voltado à população desbancarizada. Já na Nigéria, O Ebanx passa a aceitar transações do tipo USSD, para transferência e pagamentos.
Por que a África?
Para justificar a chegada ao continente, o Ebanx toma como ponto de partida análises recentes sobre a economia digital na região. Uma delas, elaborada pela Endeavor, indica um potencial econômico de US$ 115 bilhões na região, um resultado do conhecimento digital de uma população majoritariamente jovem. Em busca de maior acesso a dispositivos móveis, as transferências digitais prometem ser o pontapé para a inclusão financeira. E é aí que entra o Ebanx.
"Após estudar a região e construir um profundo entendimento de seus atores, entidades e desafios locais, estamos mergulhando na África para fornecer soluções de pagamentos locais que ajudarão a construir a economia digital em um ritmo rápido, impulsionarão uma inclusão financeira mais ampla para sua população e proporcionarão maior acesso a uma variedade de bens e serviços de empresas globais interessadas em construir sua participação no mercado da região", disse Paula Bellizia, presidente de Pagamentos Globais do EBANX.
Novidades na plataforma
Além da expansão para o continente africano, mudanças na plataforma de pagamentos do EBANX e novas parcerias globais foram anunciadas durante a sexta edição do Latin America Summit, evento anual do EBANX que acontece pela primeira vez fora do Brasil — agora, na Cidade no México. Entre as novidades estão soluções para processamento de micropagamentos e também transações de alto valor na nuvem.
Mudanças na casa
A ida à África consolida a primeira grande movimentação transfonteiriça do Ebanx desde que anunciou intenções de internacionalizar as operações para além da América Latina, anos atrás. A decisão vem na esteira das recentes reestruturações da companhia, que recenetemente demitiu 20% de sua força de trabalho e prometeu ganhos com foco em eficiência.
À frente da chegada ao continente africano está Paula Bellizia, ex-Google que agora coordena os planos de internacionalização da fintech.